Economia

Guedes volta a dizer que a CPMF está descartada

Ponto de tensão dentro do governo, tributo defendido pelo economista não deve retornar

Paulo Guedes: ministro da Economia chegou a defender a volta da CPMF, mas recuou (Eduardo Anizelli/Folhapress)

Paulo Guedes: ministro da Economia chegou a defender a volta da CPMF, mas recuou (Eduardo Anizelli/Folhapress)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 28 de setembro de 2019 às 15h47.

São Paulo – A CPMF está descartada. E quem disse isso foi o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. Em entrevista ao Jornal da Record, o economista foi claro ao afirmar que a volta de Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira não está nos planos do governo.

"A última pessoa que disse isso foi demitida", afirmou Guedes. O ministro não citou nomes, mas estava se referindo a Marcos Cintra. O ex-secretário da Receita foi exonerado do cargo no dia 11 de setembro, um dia após o órgão defender o retorno do tributo.

Uma possível volta da CPMF tem sido um dos pontos de tensão dentro do governo de Jair Bolsonaro. Enquanto uma ala, que incluía o próprio Paulo Guedes, já havia se manifestado a favor do imposto – ainda que algumas alterações –, não houve um consenso em Brasília. "O presidente assumiu o compromisso de que a CPMF não existe", disse o ministro.

Assim como durante seu discurso aos empresários e executivos presentes na premiação de Melhores e Maiores de EXAME, no mês passado, Guedes voltou a comentar sobre uma parcela da população que não arca com impostos. Na ocasião, ele havia dito que a criação de uma nova CPMF faria até mesmo traficantes de armas e drogas arcarem com a alíquota de 0,2%.

"Os traficantes de drogas, os traficantes de armas, os sonegadores... Esse pessoal está fora da malha tributária. Buscar essa turma e colocar para pagar era uma meta nossa. Estamos buscando alternativas", afirmou.

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