Economia

Guedes promete sequência de medidas "fortes" para estimular a economia

Ministro reiterou, porém, que a reforma da Previdência é absolutamente necessária para equacionar a situação fiscal doméstica

Paulo Guedes: ministro disse ainda que investidores estrangeiros estão entusiasmados para aportar recursos no Brasil (Cleia Viana/Agência Câmara)

Paulo Guedes: ministro disse ainda que investidores estrangeiros estão entusiasmados para aportar recursos no Brasil (Cleia Viana/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de abril de 2019 às 06h27.

Última atualização em 18 de abril de 2019 às 07h11.

São Paulo - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo já tem preparada uma série de medidas "extraordinariamente fortes" para estimular a economia. "Choque da energia barata, pacto federativo, redução e simplificação de impostos, privatizações", relatou o ministro, em entrevista à GloboNews na noite da quarta-feira, (17). Guedes reiterou, porém, que a reforma da Previdência é absolutamente necessária para equacionar a situação fiscal doméstica.

O ministro disse ainda que investidores estrangeiros estão entusiasmados para aportar recursos no Brasil. Quando questionado sobre a imagem do País no exterior, reconheceu que ela é "péssima", mas atribuiu isso aos governos do PT.

Sobre declarações Jair Bolsonaro que repercutiram mal no exterior, o ministro disse ainda que o presidente deve entender que suas opiniões "têm consequências". Avaliou, porém, que há quem apoie as ideias de Bolsonaro. "Quem votou no Trump e no Brexit deve ter gostado das declarações", disse.

"Cálculo do mercado está errado"

Guedes avaliou que as projeções do mercado para a economia com a reforma da Previdência em dez anos estão "erradas". Ele reiterou que acredita em um valor em torno de R$ 1 trilhão, ou pelo menos "substancialmente maior" do que os R$ 500 a R$ 600 bilhões estimados por economistas.

Guedes afirmou ainda que, embora o governo venha enfrentando problemas evidentes de articulação política, a coordenação "está melhorando". Quando confrontado sobre o adiamento da votação do parecer do relator da PEC da Previdência na Comissão e Justiça da Câmara (CCJ) da Câmara, o ministro disse que a situação já foi muito pior, lembrando de quando teve que postergar sua primeira ida à CCJ. "É interessante politicamente resolver reforma da Previdência no primeiro semestre."

Ele não quis comentar sobre quais pontos o governo poderá ceder - se limitou a comentar que o governo está preparado para ceder "em algumas coisas e não em outras" - e afirmou que, "aparentemente", a votação do parecer acontecerá na terça-feira, 23.

O ministro da Economia afirmou ainda que, em reuniões com governadores e prefeitos, o apoio à Previdência tem sido "unânime". Mesmo no Congresso, Guedes acredita que os parlamentares sabem que a reforma é "incontornável" e que ela irá acontecer, mas avaliou que "eles querem se sentir parte do processo". "Se não houver reforma, vamos entrar em uma rota conhecida, a da Venezuela", disparou.

Guedes disse ainda que a reforma poderia ter tido uma tramitação mais rápida caso o governo tivesse apoiado a eleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara. "Para mim, era óbvio que teria que haver aliança centro-direita, mas política é política."

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