Economia

Paulo Guedes prevê Previdência aprovada no Congresso semana que vem

Ministro da Economia foi ovacionado várias vezes durante palestra em evento da XP Investimentos em São Paulo

Paulo Guedes (XP Investimentos/Divulgação)

Paulo Guedes (XP Investimentos/Divulgação)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 4 de julho de 2019 às 17h40.

Última atualização em 5 de julho de 2019 às 15h14.

São Paulo - O ministro da economia, Paulo Guedes, comemorou o avanço da reforma da Previdência nesta quinta-feira (04) em palestra na Expert 2019, evento da XP Investimentos, em São Paulo, onde foi ovacionado pela plateia várias vezes.

"Eu confio no trabalho do Congresso brasileiro e acho que teremos isso aprovado na semana que vem", disse ele sobre a votação em plenário, uma previsão otimista também expressada por outros ministros.

O parecer do relator da reforma, Samuel Moreira, teve sua terceira versão aprovada hoje na comissão especial, por 36 votos a 13, mas só poderá ser incluído na pauta duas sessões após ser publicado.

Ela então poderia seguir para plenário, onde, por ser uma emenda constitucional, precisa ser aprovada por dois terços dos deputados (308 dos 513) em dois turnos com um intervalo de 5 sessões entre eles.

Além disso, novos destaques ao texto da reforma poderão ser apresentados no plenário, o que vai requerer suas respectivas votações. O recesso parlamentar se inicia no próximo dia 18.

Guedes também voltou a defender o sistema de capitalização, presente na proposta original enviada por sua equipe mas retirado pelo Congresso.

O ministro disse que o financiamento do sistema é perverso e que os encargos trabalhistas direcionados para as aposentadorias são uma "arma de destruição em massa de empregos".

"Quase 40 milhões de brasileiros trabalham sem carteira, porque, para empregar uma pessoa, o empregador tem o custo de duas. E essas pessoas vão envelhecer um dia e quebrar a Previdência lá na frente", diz.

Agenda do segundo semestre

Aprovada a reforma da Previdência no Congresso, a tributária entra na agenda de prioridades do governo. "Vamos fazer simplificação profunda nos impostos, mas sem aventuras. A reforma tributária é eminente e vai disparar agora."

Sobre o fato de existirem dois projetos de simplificação tributária, um do Executivo e outro do Legislativo, o ministro diz que a tendência é que os dois convirjam lá na frente. "Não importa quem vai ganhar, que vença o melhor projeto. Não queremos autoria de nada"

Acordo Mercosul-UE

Sobre o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, Guedes disse que fatores externos ajudaram, mas que a junção dos ministérios feita no início da atual gestão também foi imprescindível.

"As conversas rolam há 16 anos. Não saiu antes por quê? Parte por ideologia e parte por lobby”, disse ele em referência à resistências internas no antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos dos países que participam dos blocos. Guedes prevê que dois anos e meio é o prazo para o país começar uma integração competitiva e que impostos também serão simplificados e reduzidos nesse período.

O ministro disse que costumava alertar para o cuidado que temos de tomar com a abertura comercial, porque o empresário tem uma bola de ferro em cada perna: juros altos e tributos. "Não dá para abrir o mercado e dizer para esse executivo: corre que o chinês vai te pegar", disse.

Energia barata

Guedes prometeu um choque de energia barata no país com um plano que seria anunciado em uma ou duas semanas.

O ministro não deu maiores detalhes, mas já havia falado na semana passada sobre um plano para abertura do mercado de gás natural no Brasil, que poderia contribuir para uma redução de 40% no preço da energia no país em cerca de dois anos.

O ministro disse também que conseguiu "se entender em dois minutos" com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre a sessão onerosa da Petrobras. Segundo ele, o tema foi alvo de confusões nos últimos cinco anos, mas novos leilões serão liberados.

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