Economia

Guedes diz que PIB pode cair 4% se crise passar de julho

Se propagação do coronavírus conseguir ser reduzida em dois ou três meses, o PIB cairia 1,5%, segundo projetou o ministro em videoconferência com senadores

ECONOMIA: a expectativa é que a renda básica de R$ 600 comece a ser paga quinta-feira.  / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

ECONOMIA: a expectativa é que a renda básica de R$ 600 comece a ser paga quinta-feira. / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2020 às 12h42.

Última atualização em 11 de abril de 2020 às 09h06.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse a senadores que, caso a paralisação gerada pelo coronavírus se estenda para além de julho, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil poderá cair 4% neste ano.

A declaração foi feita em videoconferência com senadores considerados "independentes" pela equipe econômica na quinta-feira, 9, segundo o jornal O Globo. Na chamada, ele afirmou que o cenário é incerto porque dependerá do tempo de paralisação.

A queda de 4% viria caso a crise avance para depois de julho. Se a propagação do coronavírus conseguir ser reduzida em dois ou três meses (ou seja, até junho), a queda do PIB poderia chegar a 1,5%. Em todos os cenários, contudo, Guedes já não esconde a quase certeza de uma recessão.

Metade da população brasileira está em quarentena no momento, segundo dados de monitoramento da startup In Loco, que tem parceria com governos. Restrições à circulação de pessoas já fizeram boa parte do comércio não-essencial fechar as portas em todo o Brasil, sobretudo nas grandes cidades.

O Brasil tem no momento 17.857 casos confirmados de coronavírus e 941 mortes, segundo boletim de quinta-feira, 9, do Ministério da Saúde. Estimativas projetam que já pode haver mais de 100.000 casos no Brasil, mas os casos ainda aguardam testes para confirmação.

Neste cenário, o consenso de analistas no último boletim Focus, publicado nesta segunda-feira, 6, projeta até agora queda de 1,18% no PIB em 2020. Na semana anterior, a projeção era de 0,48%. No começo de março, a expectativa ainda era de crescimento de 1,99%.

No fim de março, o Banco Central também havia projetado queda de 1,8% do PIB e inflação zero em seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O BC, no entanto, reconheceu que o cenário está se alterando rapidamente.

O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou em conferência da XP Investimentos na semana passada um estudo da Economist Inteligence Unit, da revista britânica The Economist, que estimava retração de 5,5% na economia brasileira.

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