Economia

Guedes diz que dá para conciliar acordo com EUA e com União Europeia

Após reunião com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, ministro afirma que Trump pensa em aliança estratégica para toda a América

Bolsonaro-Ross: presidente se reunião com secretário americano para tratar de negociações entre os países (Marcos Corrêa/PR/Palácio do Planalto/Flickr)

Bolsonaro-Ross: presidente se reunião com secretário americano para tratar de negociações entre os países (Marcos Corrêa/PR/Palácio do Planalto/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2019 às 18h55.

Última atualização em 31 de julho de 2019 às 18h56.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que é possível conciliar o acordo firmado com a União Europeia (UE) com as negociações com os Estados Unidos. Ele afirmou que o governo do presidente norte-americano Donald Trump está pensando em uma aliança estratégica para toda a América, e não apenas no âmbito do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). "Há interesses que podem ser contornados por acordo comercial", afirmou. "Temos uma decisão de maior integração. Não se trata de Alca", afirmou.

Ele se reuniu com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, e disse que foram discutidas questões como a maior importação de etanol e trigo pelos brasileiros e de açúcar e autopeças pelos norte-americanos. "Os Estados Unidos têm interesse em trazer etanol e nós temos tecnologia flexível aqui. Para eles entrarem com Etanol, temos que colocar açúcar lá", afirmou.

 

O ministro afirmou que será reativado um fórum de CEO's dos dois países para conversas que incluem fusão de companhias. "Ross mencionou negócio entre Boeing e Embraer, temos que estimular negócios desse tipo", afirmou.

O ministro disse que tanto nas negociações com a UE quanto com os EUA existem produtores com interesse em proteger seus negócios e que questões como subsídios serão sempre questionadas. Ele lembrou ainda que os norte-americanos prometeram apoiar a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e disse que eles querem conversas sobre patentes e royalties, que é algo que o Brasil compreende mais do que a China. O ministro ressaltou que o mercado chinês, no entanto, também é importante para o Brasil.

Acordo tarifário e não-tarifário

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que o Brasil vai trabalhar em várias frentes para obter acordo com os EUA, tanto para um entendimento que envolva tarifas quanto para acordos não-tarifários, como facilitação de comércio e convergência regulatória. "Combinamos com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, de nos engajar em ambas possibilidades", afirmou.

Ele ressaltou que é possível aproveitar a "vontade política" de EUA, Brasil e Argentina para fazer um acordo de livre comércio caminhar. "Vamos nos reunir com Mercosul e estabelecer cronograma para acordo. Já perdemos tempo demais na relação com os EUA, temos que partir para objetivo ambicioso", completou.

Ele destacou que um acordo que envolva redução de tarifas é necessário ter aval do Mercosul. Para os demais, no entanto, podem ser negociados acordos bilaterais. O secretário não deu prazo para as negociações e lembrou que as eleições dos Estados Unidos e da Argentina também influenciam o jogo. "O importante é que essa viagem do Ross começou um processo", completou.

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