Paulo Guedes: o ministro da Economia mantém forte discurso em defesa da política de privatizações de estatais (Wilson Dias/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 13h01.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2019 às 13h01.
Rio de Janeiro- O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta sexta-feira a privatização de estatais, afirmando que a forma de fazer política mudou e que está recebendo apoio dos militares nesse movimento.
Guedes afirmou, durante apresentação em evento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre desestatizações no setor elétrico, que o exemplo de distribuidoras da Eletrobras é um caso excelente e que deve ser referência para os próximos programas de privatizações.
"Eu falava que tinha que vender todas (as estatais), mas naturalmente nosso presidente e nossos militares às vezes olham para algumas delas com carinho, porque eles criaram elas como filhos desde lá atrás. Só que eu estou dizendo: olha só, seus filhos fugiram e estão drogados", disse Guedes no Rio de Janeiro.
"Mas eles (os militares) têm sido extraordinários no apoio, não recebi nunca uma admoestação", completou, referindo-se a integrantes do ministério do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o ministro, a classe política já entendeu as mudanças em relação às estatais, afirmando que não vão mais alimentar uma forma equivocada de fazer política, e explicou que está tendo a melhor interlocução possível e que a classe está disposta a apoiar.
"Os partidos que se organizem em torno desses valores. E não é uma política alimentada com votos de mercenários comprados através de posições em estatais. Esse modelo esta morrendo", disse.
Para Guedes, os Estados e municípios em dificuldades financeiras ajudarão no processo, abastecendo o "pipeline" do banco para as privatizações.
"Uma vez vendido esse ativo o dinheiro volta, transfere para outras diretorias que estão ajudando a reestruturar Estados e municípios. Acho que tem um futuro de muito trabalho pela frente, mas tenho certeza que vamos fazer", disse.