Economia

Guedes defende capitalização e diz que nova Previdência é primeira reforma

Ministro da Economia voltou a defender regime de capitalização, que só pode ser instaurado após reforma da Previdência

Paulo Guedes sobre Rodrigo Maia: "Estamos muito confiantes na liderança dele lá na Câmara dos Deputados. E no apoio político que estamos recebendo" (Adriano Machado/Reuters)

Paulo Guedes sobre Rodrigo Maia: "Estamos muito confiantes na liderança dele lá na Câmara dos Deputados. E no apoio político que estamos recebendo" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2019 às 18h00.

Última atualização em 17 de maio de 2019 às 18h02.

Rio — Na defesa do sistema de capitalização, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a chamar a atual proposta de reforma da Previdência de "primeira reforma". "Essa primeira reforma é importante, é a parede que segura o teto fiscal", disse Guedes, referindo-se à regra do limite de gastos públicos.

Segundo Guedes, um sistema de capitalização na Previdência, que ele chamou de "poupança garantida" mais de uma vez, colocaria o País para crescer, ao atrair investimentos internos e externos.

Em sua defesa da capitalização, Guedes disse que o "medo" com o custo de transição para o novo sistema é "baseado em uma falsa premissa", de que todos os trabalhadores migrariam. "Não e verdade, não são todos. (A capitalização) É só para os jovens", afirmou Guedes, voltando a citar a "carteira verde-amarela", regime trabalhista mais simples e com menos encargos que já fazia parte do programa de governo de Jair Bolsonaro.

Discursando ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em evento no Rio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se disse confiante na "liderança" do parlamentar para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.

"Estamos muito confiantes na liderança dele lá na Câmara dos Deputados. E no apoio político que estamos recebendo", afirmou Guedes, em discurso no 91º Enic, encontro do setor da construção, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no Rio.

Guedes disse que considera normal a queda das projeções do mercado financeiro me relação ao crescimento da economia, mas que depois da reforma da Previdência isso será resolvido.

"Quando a reforma passar as expectativas vão ser favoráveis", disse Guedes durante o 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil (Enic).

Nos últimos meses o relatório Focus, publicado pelo Banco Central com projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) feitas pelo mercado financeiro, reduziu 11 vezes a projeção de alta da economia.

Guedes afirmou que a política é a causa dessas revisões e que, aprovada a reforma, irão subir novamente.

No discurso, o ministro voltou a afirmar que precisa que o impacto fiscal da reforma da Previdência a ser aprovada seja de pelo menos R$ 1 trilhão em dez anos para lançar um novo sistema previdenciário de capitalização. A proposta enviada pelo governo federal prevê impacto fiscal em torno de R$ 1,2 trilhão em dez anos.

"Investimentos privados internos e externos estão todos segurando o fôlego (à espera da reforma da Previdência)", disse Guedes.

Energia barata

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a prometer que dentro de 30 a 60 dias será anunciado um plano para reduzir o preço da energia no País, como fez há duas semanas, medida que passa pela quebra de monopólio da Petrobras. Ele afirmou que pretende levar também "gás mais barato para os lares brasileiros", em referência ao Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

"Podemos fazer a reindustrialização do Brasil comenergia barata e o gás chegar ao lar do brasileiro mais barato", disse Guedes. "Em 30, 60 dias vai sair o choque da energia barata", reafirmou durante evento do setor de construção civil.

Guedes ressaltou que, enquanto a Petrobras levará 50 anos para tirar todo a riqueza que existe na região pré-sal do País, "mais empresas atuando vão levar três anos", afirmou.

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