Primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, pediu velocidade nas negociações para economia canadense não sofrer com problemas. (Patrick Doyle/Reuters)
Redator na Exame
Publicado em 22 de agosto de 2024 às 06h16.
Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 06h43.
Nesta quinta-feira, 22, o Canadá enfrenta problemas significativos em sua infraestrutura ferroviária, com 75% do tráfego de carga interrompido após o início da paralisação 9.300 trabalhadores realizado pelas principais operadoras de trens do país, a Canadian National e a Canadian Pacific Kansas City. A greve, que resulta de um impasse nas negociações sobre salários e condições de trabalho entre as empresas e o sindicato Teamsters Canada, ameaça desorganizar cadeias de suprimentos em toda a América do Norte, segundo reportagem do Financial Times.
A situação, descrita por grupos empresariais como potencialmente devastadora para a economia canadense, levou o primeiro-ministro Justin Trudeau a apelar por uma solução negociada. No entanto, as conversas entre as partes não conseguiram alcançar um acordo até o prazo final da meia-noite de quarta-feira, e a negociação agora ameaça se prolongar, com impactos profundos para a economia regional.
De acordo com a Moody’s, a paralisação pode custar ao Canadá cerca de C$ 341 milhões (R$ 1,37 bilhão) por dia, refletindo a importância vital das ferrovias para o transporte de mercadorias, especialmente nos setores agrícola e de manufatura. Essas indústrias, que dependem das ferrovias para mover produtos tanto internamente quanto para os Estados Unidos e México, já começam a sentir os efeitos da interrupção, com atrasos no transporte que podem levar a uma desaceleração na produção e distribuição.
A Canadian National e a Canadian Pacific Kansas City desempenham um papel crucial na conectividade entre produtores e mercados em toda a América do Norte. A paralisação de seus serviços não apenas prejudica a economia canadense, mas também tem implicações para as cadeias de suprimentos que se estendem além das fronteiras do país. A capacidade de transportar produtos como grãos, minerais e peças automotivas está gravemente comprometida, aumentando a preocupação entre as empresas de que essa paralisação possa gerar um efeito dominó em várias indústrias.
Com o bloqueio ferroviário em curso, a pressão sobre o governo canadense para intervir está crescendo. A possibilidade de uma intervenção governamental, no entanto, pode ser um desafio, dado o contexto das demandas trabalhistas e o equilíbrio delicado entre os interesses econômicos e os direitos dos trabalhadores.
Enquanto o impasse continua, as consequências para a economia canadense e para a região como um todo se tornam cada vez mais tangíveis. A dependência das ferrovias para o transporte de mercadorias essenciais significa que qualquer prolongamento da paralisação pode agravar os já existentes problemas de logística global, que têm sido exacerbados por uma série de eventos recentes, incluindo a pandemia e as tensões comerciais internacionais.