Economia

Greve geral paralisa transporte público em Portugal

Dois maiores sindicatos do país convocaram greve geral que paralisou metrô, trens e boa parte do transporte urbano de superfície nas principais cidades

Manifestação da UGT em Madrid, em 2008: a greve em Portugal foi convocada em protesto pelas políticas de austeridade aplicadas no país para o resgate financeiro (Wikimedia Commons)

Manifestação da UGT em Madrid, em 2008: a greve em Portugal foi convocada em protesto pelas políticas de austeridade aplicadas no país para o resgate financeiro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 08h37.

Lisboa - A greve geral convocada nesta quinta-feira em Portugal pelos dois maiores sindicatos do país paralisou o metrô, os trens e boa parte do transporte urbano de superfície nas principais cidades do país.

Os serviços de limpeza e coleta de lixo registraram também uma alta incidência de adesão à greve durante a madrugada, segundo fontes sindicais, mas, como é comum em Portugal, nem o governo, nem os organismos afetados divulgaram números sobre a greve.

Apesar dos graves problemas de transporte nas maiores cidades portuguesas, havia enormes engarrafamentos nas estradas de acesso às cidades, o comércio abriu com normalidade em Lisboa, Porto e em outros pontos do país.

Em vários grandes hospitais e centros de saúde o atendimento é lento ou restrito às urgências, segundo declarações de usuários e informações das emissoras de rádio e TV de Portugal.

Os dirigentes dos dois grandes sindicatos portugueses abriram o dia de protestos com piquetes e comícios em instalações do metrô, dos bombeiros e dos serviços municipais de coleta de lixo da capital.

A greve, a quarta em dois anos de governo conservador, foi convocada pela Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP), e pela União Geral de Trabalhadores (UGT) em protesto pelas políticas de austeridade aplicadas no país para o resgate financeiro.

Como nas paralisações anteriores, o transporte era, já desde a madrugada, o setor mais afetado pela greve.


As estações do metrô da capital amanheceram fechadas pela falta de serviços mínimos, e também está paralisada a circulação ferroviária em todo o país.

Nos transportes de superfície de Lisboa era esperada uma forte diminuição do serviço, segundo diversas testemunhas, mas circulam ônibus e bondes, e os sindicatos afirmaram que apenas 13 linhas estão em funcionamento.

O serviço de conexão fluvial entre a capital e os municípios localizados na margem do rio Tejo, de onde chegam todas as manhãs dezenas de milhares de trabalhadores, contava com apenas duas embarcações operando durante toda a manhã.

Os problemas do transporte público provocaram um aumento no trânsito da capital, no Porto e em outras cidades, e longas filas de automóveis podiam ser vistas nas pontes de acesso a Lisboa sobre o rio Tejo e nas estradas que ligam a capital com os municípios próximos.

Os efeitos da greve também começaram a ser sentidos de manhã nos aeroportos do país, após o cancelamento de 16 voos, cinco deles em Lisboa e dois no Porto.

As companhias aéreas e a empresa que administra os aeroportos, ANA, advertiram os passageiros sobre possíveis cancelamentos de voos, mas os três grandes terminais de Portugal estavam em funcionamento.

Os secretários gerais da CGTP, Armênio Carlos, e da UGT, Carlos Silva, percorreram centros de trabalho durante a madrugada e pediram que os trabalhadores do setor privado aderissem à greve.

Os representantes dos trabalhadores querem fazer uma demonstração de repúdio à reforma do Estado preparada pelo governo de Pedro Passos Coelho para reduzir os gastos públicos, com alterações no sistema de previdência e a redução de funcionários e seus salários.

A CGTP e a UGT convocaram os trabalhadores, aposentados e estudantes para protestarem contra as medidas de austeridade aprovadas ao longo dos últimos dois anos pelo Executivo. Os líderes sindicais acusam o governo português de acabarem com mais de 300 mil empregos, e estão previstas manifestações hoje por todo o país.

Os dois grandes sindicatos de Portugal, que só se uniram em outras duas ocasiões ao longo de sua história para organizar greves gerais, têm mais de um milhão de filiados em um país que mal supera os dez milhões de habitantes.

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