EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2009 às 11h46.
Um novo pacote de estímulo à economia dos Estados Unidos não seria boa ideia, mesmo com o desemprego rompendo a barreira dos 10% e permanecendo nesse patamar por algum tempo. Essa é a opinião do ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Alan Greenspan, que acredita que o governo deve manter o foco na reativação da economia, mas com cuidado para que estímulos em exagero não se tornem nocivos ao país. De acordo com a agência Bloomberg, Greenspan expôs seu ponto de vista no programa "This Week", da rede de TV ABC.
Na semana passada, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou que a taxa de desemprego chegou a 9,8% em setembro, o percentual mais alto desde junho de 1983. O relatório da instituição levou o presidente Barack Obama a dizer que está trabalhando para explorar toda e qualquer medida adicional para estimular o crescimento do país.
A expectativa de crescimento para a economia americana no terceiro trimestre, porém, é de cerca de 3%. E Greenspan vê a possibilidade de uma alta ainda maior. Dos US$ 787 bilhões em estímulos aprovados pelo governo americano em fevereiro, apenas 40% estão sendo utilizados. Diante das boas perspectivas para a economia, o ex-presidente do Fed considera que seria prematuro lançar um novo pacote de estímulo, apesar do aumento do desemprego. "É muito melhor esperar e ver como a economia vai reagir daqui pra frente", diz. "Nós estamos em fase de recuperação, e eu acho que seria um erro dizer que o desemprego em setembro altera isso."
Para Greenspan, as empresas cortaram empregos esperando que a economia fosse desaquecer muito mais do que de fato ocorreu, após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em setembro do ano passado. Para que o desemprego pare de crescer, é necessário criar mais de 100.000 vagas ao mês, calcula Greenspan.
Embora contrário a um novo pacote de ajuda, o ex-presidente do Fed defende "ações temporárias", como a extensão do seguro-desemprego. O Senado americano deve discutir nessa semana a extensão por mais 12 ou 13 semanas dos benefícios aos desempregados de estados nos quais a taxa de desemprego excede 8,5%, e por mais quatro semanas nos demais estados.