Homem vota em Atenas: o povo grego rejeitou as políticas favoráveis à austeridade (Angelos Tzortzinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2012 às 10h13.
Bruxelas - A Grécia receberá na quinta-feira, como estava previsto, 5,2 bilhões de euros concedidos por seus credores públicos, apesar da incerteza política no país, mas "há dúvidas" sobre o desembolso do resto do resgate, advertiu nesta quarta-feira um ministro europeu.
"O desembolso será feito porque já foi aprovado", indicou o porta-voz da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj, interrogado pela AFP para saber se a Grécia receberá, como o previsto, os 5,2 bilhões de euros no dia 10 de maio.
As autoridades gregas, envolvidas na formação de um governo depois de uma rejeição nas urnas das políticas favoráveis à austeridade, se perguntavam na segunda-feira se a União Europeia (UE) mantinha a ideia de transferir a nova entrega do empréstimo acordado.
"Nós nos fazemos perguntas sobre a entrega desta semana de uma nova parte do empréstimo", afirmou na rádio Skai Ghikas Harduvelis, assessor do primeiro-ministro em fim de mandato.
"Por que nos dariam dinheiro se o país pode negligenciar seus compromissos de ajuste, como os dirigentes políticos fazem prever?", perguntou.
Segundo o jornal Kathimérini, a Comissão Europeia garantiu a Atenas que entregará na quinta-feira os 5,2 bilhões de euros previstos.
Mas o jornal eletrônico To Vima parecia estar certo de que esta parte do empréstimo não será entregue por enquanto, em uma tentativa da UE de pressionar o país para que não se desvie do caminho marcado pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Nenhum dirigente grego expressou publicamente suas reservas sobre este tema.
Na terça-feira, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, ressaltou que a Grécia não tinha outra escolha a não ser aceitar as exigências do plano de ajuste.
No dia 15 de maio, o país deve devolver cerca de 450 milhões de euros de obrigações que seus credores se negaram a trocar em uma grande operação realizada em março.
A Grécia está envolvida em uma crise política desde domingo, quando os partidos favoráveis à austeridade não conquistaram a maioria para formar um governo.
Diante deles, a oposição, que vai da extrema direita à esquerda radical, está irremediavelmente dividida. O cenário prenuncia novas eleições em um mês.