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Da Redação
Publicado em 29 de março de 2010 às 13h48.
Atenas - A Grécia captou recursos no mercado de capitais nesta segunda-feira pela primeira vez desde que líderes da zona do euro concordaram com um plano de segurança financeira ao país. O pacote de resgate, porém, não reduziu os juros cobrados do país.
O bônus de 7 anos, com volume de 5 bilhões de euros (6,72 bilhões de dólares), foi o primeiro teste da confiança do mercado após os 16 países da zona do euro costurarem, na semana passada, um mecanismo de ajuda da Europa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) como último recurso ao país.
A emissão teve muito menos demanda do que as operações anteriores, de 10 anos, que tiveram subscrição muito acima da quantidade de títulos vendidos. A diminuição da procura se deve, em parte, à redução do volume por conta da proximidade com a Páscoa, mas também pela expectativa de que os juros dos bônus gregos não devem diminuir.
"Estamos satisfeitos por ter feito de forma bem sucedida uma transação de 5 bilhões de euros com um vencimento que não é o básico", disse à Reuters o chefe da agência da dívida do país, Petros Christodoulou.
O bônus deve ser precificado em torno de 6 por cento --mais que o dobro do que a Alemanha, maior economia da Europa, paga por papéis de 7 anos.
Analistas dizem que a taxa está em linha com o que a Grécia pagou por bônus de 10 anos em 11 de março, enquanto os integrantes da zona do euro ainda debatiam a ajuda ao país.
Mas o juro poderia ser ainda maior se os líderes da zona do euro não tivessem chegado a um acordo na semana passada.
"O acordo conseguiu reduzir os spreads em alguns pontos-básicos, então houve um impacto quantificável. Mas em termos de atração de investidores, eu acho que ele vai ajudar enormemente, já que retirou uma boa dose de incerteza", disse Peter Chatwell, analista do Credit Agricole, em Londres.
A Grécia, que tem nota "A2" da Moody's e "BBB+" da Fitch e da Standard & Poor's, tem cerca de 23 bilhões de euros de bônus com vencimento até o final de maio.
O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que não fez muitas declarações desde que recebeu um papel secundário no pacote de resgate, disse nesta segunda-feira que não havia sinal imediato de que a Grécia vai precisar de ajuda externa.
"Espero que a estratégia da UE para a Grécia funcione", disse, em visita à Polônia.
"Estamos prontos para ajudar a Grécia, da mesma forma como faríamos com qualquer um dos nossos membros, mas não é óbvio hoje que a ajuda seja absolutamente necessária."