Economia

Grécia e seus credores concluem negociações sem um acordo

Negociações entre Grécia e seus credores chega ao final sem um acordo estabelecido entre as partes envolvidas, diz porta-voz da União Europeia


	Grécia: reunião com credores do país chega ao fim sem acordo
 (Luisa Gouliamaki/AFP)

Grécia: reunião com credores do país chega ao fim sem acordo (Luisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2015 às 14h54.

As negociações que Grécia e seus credores mantinham desde sábado em Bruxelas foram concluídas neste domingo sem um acordo em função de importantes divergências entre as partes envolvidas, informou um porta-voz da União Europeia (UE).

"As propostas gregas continuam incompletas", insistiu.

Já uma fonte do governo grego taxou as exigências dos credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), de irracionais.

"As negociações duraram apenas 45 minutos", destacou a fonte, atribuindo o fracasso do encontro à posição intransigente e dura do FMI.

O porta-voz afirmou, no entanto, que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, continua convicto de que é possível encontrar uma solução até o fim do mês, quando a Grécia deverá saldar sua dívida junto ao FMI.

As negociações reuniram representantes gregos e da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

A presença do FMI era especialmente importante, pois é com a instituição de Washington, ainda mais do que com os demais credores, que o governo grego deve se entender.

Em 30 de junho, a Grécia deve pagar ao FMI 1,6 bilhão de euros e ainda há dúvidas sobre a capacidade financeira do país de fazer frente a este vencimento sem a liberação da parcela de ajuda financeira de 7,2 bilhões de euros.

Há meses, os credores bloqueiam esse montante diante da resistência do governo grego de realizar as reformas exigidas há quatro meses.

Contudo, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, considerou neste domingo que uma eventual retirada do FMI das negociações "não impediria um acordo entre Atenas e os europeus".

"Eu não ficaria surpreso se o FMI insistisse em posições inaceitáveis, o que seria uma justificativa para que a instituição deixe as negociações", declarou o ministro em uma entrevista ao jornal Realnews.

As discussões poderiam durar vários dias, mas o ideal seria um acordo até quinta-feira, data da próxima reunião de ministros das Finanças da zona do euro.

"O Eurogrupo é a última parada do trem", insistiu neste domingo a fonte europeia.

Mas muito temiam que nenhum acordo fosse alcançado. "Os dois lados ainda estão muito distantes em suas posições", disse outra fonte europeia. "A Grécia não cumpriu com suas promessas, e com suas propostas as contas não fecham", acrescentou.

O principal ponto negociado é o nível de superávit primário, calculado sem levar em conta o interesse sobre a dívida. Este nível determina a quantidade de poupança ou receitas adicionais que a Grécia deve ter.

Os credores pedem um superávit fiscal primário de 1% do PIB este ano, enquanto os gregos propõem 0,75%. De acordo com o jornal financeiro grego Naftemporiki, o governo poderia propor 0,9%.

De acordo com o jornal liberal Kathimerini, o governo grego estaria disposto a aceitar reduções nas pensões e salários em troca de soluções para aliviar a dívida do país em torno de 180% do PIB.

George Stathakis, ministro grego da Economia entrevistado pelo Avghi, excluiu, por sua vez, uma "ruptura" com os credores, pois isso "levaria a territórios desconhecidos".

"Por natureza, somos otimistas", havia dito o primeiro-ministro Tsipras no sábado, de acordo com a agência de notícias grega Ana.

Dada a urgência dos prazos, a zona do euro discutiu pela primeira vez esta semana a possibilidade de um calote da Grécia, um assunto até então tabu e que poderia ser o prelúdio do "Grexit", a saída do país da zona do euro.

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