Economia

Grécia crescerá menos em 2015 se não eleger presidente

Se o Parlamento não conseguir eleger um presidente até o fim do mês o país vai crescer menos no próximo ano, disse ministro das Finanças


	Morador de rua na Grécia: país corre o risco de uma "catástrofe" que a jogaria de volta ao pior momento da crise da dívida
 (REUTERS/Yannis Behrakis)

Morador de rua na Grécia: país corre o risco de uma "catástrofe" que a jogaria de volta ao pior momento da crise da dívida (REUTERS/Yannis Behrakis)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 08h12.

Atenas - O ministro das Finanças da Grécia, Gikas Hardouvelis, disse que se o Parlamento não conseguir eleger um presidente até o fim do mês o país vai crescer menos no próximo ano.

O primeiro-ministro Antonis Samaras adiantou a eleição presidencial em dois meses na tentativa de apaziguar as incertezas políticas, enquanto a Grécia se recupera de uma crise econômica que já se prolonga por seis anos.

Mas se o candidato do governo não vencer, uma eleição parlamentar será convocada antes do tempo.

Samaras alertou na semana passada que a Grécia corre o risco de uma "catástrofe" que a jogaria de volta ao pior momento da crise da dívida se um presidente não for eleito e esquerdistas radicais assumirem o poder.

O partido radical de esquerda Syriza, que lidera as pesquisas de opinião, acusou o governo de disseminar o medo. A Grécia emergiu este ano de uma grave recessão induzida pelo corte de gastos sob um impopular resgate do FMI e da União Europeia, e a economia de 182 bilhões de euros deve crescer 0,6 por cento este ano, e 2,9 por cento de 2015.

"O cenário de não eleição de um presidente em dezembro... vai ser acompanhado por um menor crescimento em 2015, comparando-se com o caso de eleição de um presidente", disse Hardouvelis ao jornal financeiro Naftemporiki.

Ele também disse que a Grécia vai começar a enfrentar problemas para atender às suas necessidades de financiamento se a eleição antecipada não conseguir estabelecer um governo que consiga conduzir uma revisão pendente do resgate da dívida, que deve destravar 7 bilhões de euros da UE e FMI.

"Se não houver governo para concluir as negociações, vai haver um relevante intervalo no financiamento", disse ele. "Esse déficit é administrável até fevereiro, e não tão facilmente após isso, de março em diante nossas necessidade vão aumentar."

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