George Papaconstantinou: os parlamentares acusaram o ex-ministro - arquiteto do impopular programa de austeridade do país - de falta de cumprimento do dever (REUTERS/Icon/Giannis Liakos)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Atenas - O Parlamento da Grécia votou a favor de uma investigação sobre o ex-ministro de Finanças George Papaconstantinou pela forma como ele tratou uma lista de cerca de 2 mil gregos ricos que tinham contas em bancos da Suíça.
A decisão tem como objetivo arrefecer a ira da população com o fracasso do governo em lidar com a evasão fiscal praticada pela elite grega.
Após votarem nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, os parlamentares acusaram o ex-ministro - arquiteto do impopular programa de austeridade do país - de falta de cumprimento do dever e de manipular as informações em um esforço para proteger seus parentes de potenciais auditorias.
O Parlamento agora vai formar um comitê especial para investigar as ações de Papaconstantinou e, dependendo das descobertas, abrirá um processo criminal contra ele.
A chamada "lista Lagarde" - que leva o nome da então ministra de Finanças da França e atual diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde - foi elaborada com informações obtidas de ex-funcionários da filial do HSBC em Genebra, que eletronicamente copiaram detalhes de 24 mil clientes.
Os dados acabaram nas mãos de autoridades fiscais francesas em 2008, além de autoridades da Espanha e da Itália. Os três países abriram processos para recuperar impostos não pagos.
No fim de 2010, Lagarde passou as informações para Papaconstantinou, que, por sua vez, diz ter retransmitido os dados para a polícia fiscal grega. Em seguida as informações teriam sido enviadas ao novo ministro de Finanças do país, Evangelos Venizelos.
O que aconteceu nos dois anos até outubro de 2012, quando Venizelos reproduziu uma cópia da lista, se transformou em uma novela que vem sendo debatida pela imprensa grega há meses.
Falando no Parlamento antes da votação, Papaconstantinou defendeu seu histórico como ministro de Finanças e novamente negou ter manipulado os dados.
"É óbvio que alguns querem que eu seja o bode expiatório. Há algum tempo tenho sido mais alvo do que qualquer outro", declarou. As informações são da Dow Jones.