Economia

Grécia apresenta mais austeridade com ameaças de greve

Governo apresentará um novo pacote de austeridade ao Parlamento, enfrentando uma semana de greves e protestos

Propostas precisam ganhar a aprovação dos parlamentares para o país garantir mais ajuda e evitar a bancarrota (Yorgos Karahalis/Reuters)

Propostas precisam ganhar a aprovação dos parlamentares para o país garantir mais ajuda e evitar a bancarrota (Yorgos Karahalis/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2012 às 09h14.

Atenas - O governo da Grécia apresentará um novo pacote de austeridade ao Parlamento nesta segunda-feira, enfrentando uma semana de greves e protestos sobre as propostas que precisam ganhar a aprovação dos parlamentares para o país garantir mais ajuda e evitar a bancarrota.

Espera-se que o Parlamento vote o pacote do primeiro-ministro Antonis Samaras de 13,5 bilhões de euros em cortes de custos e aumentos de impostos na quarta-feira, juntamente com medidas que deixam mais fácil contratar e demitir funcionários.

Apesar da exasperação pública em quatro anos de aperto que ajudou a destruir um quinto da economia e deixar um quarto dos gregos desempregados, o pacote e o rigoroso orçamento devem passar pelo Parlamento.

Os principais sindicatos dos setores público e privado irão iniciar uma greve de 48 horas contra a legislação na terça-feira e planejam marchar pelo centro de Atenas. Jornalistas, médicos, funcionários do setor de transporte e lojistas também estão planejando interromper suas funções.

A aprovação das reformas e do orçamento de 2013 é crucial para destravar 31,5 bilhões de euros em ajuda do resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) que está preso desde maio.

"Estes serão os últimos cortes em salários e aposentadorias", disse Samaras no domingo, em discurso para os membros de seu partido, o Nova Democracia.

"Nós prometemos evitar que o país deixe a zona do euro e é isso que estamos fazendo. Nós demos prioridade absoluta a isso porque se não conseguirmos isso, todo o resto não fará sentido." Líderes de sindicatos dizem que as medidas irão simplesmente aprofundar a recessão, que deve continuar no ano que vem.

"Nossa ação trabalhista será parte dos esforços para evitar as políticas que aprofundarão a recessão do país e destruirão a estrutura da sociedade", afirmou à Reuters o presidente do sindicato central do setor privado GSEE, Yannis Panagopoulos.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEuropaGréciaPiigs

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal