Economia

Grandes grupos financeiros devem ser preservados, diz diretor do BC

O diretor Luiz Awazu Pereira também defendeu maior transparência e informação sobre os mercados de derivativos

Sede do Banco Central, em Brasília

Sede do Banco Central, em Brasília

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 16h56.

Rio de Janeiro - O diretor de Assuntos Internacionais e Regulação Financeira do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva, disse hoje que as discussões em torno da revisão das normas regulatórias do sistema financeiro mundial precisa encarar o tema da preservação de instituições financeiras "sistemicamente importantes", os chamados "too big to fail", algo como "grandes demais para quebrar".

"É preciso reconhecer que é preciso tratar essa questão para equalizar, digamos, as condições de operação. Evitar que elas operem com uma segurança excessiva vindas do seu tamanho, embora exista a necessidade de trabalhar nos sistemas que não são necessariamente regulados pelo sistema financeiro", disse Awazu, ao participar de um seminário promovido pela Mind e pela Fundação Ford na sede do BNDES, no centro do Rio.

O diretor também defendeu maior transparência e informação sobre os mercados de derivativos. Ele disse que os sistemas de regulação existentes até a crise de 2008, como as normas de Basileia, tinham aspectos positivos, mas admitiu que há um consenso sobre vulnerabilidades que contribuíram para o colapso financeiro global iniciado nos Estados Unidos naquele ano.

Entre as falhas, ele apontou o "relaxamento de critérios" que prejudicaram a precificação do risco de produtos mais complexos que foram sendo criados no sistema financeiro, como na área imobiliária. No entanto, Awazu avaliou positivamente o atual passo das negociações internacionais para aperfeiçoar a regulação e citou o cronograma acordado para o Tratado de Basileia 3.

Ele também avaliou que as discussões apontam para medidas como a melhora da qualidade do capital exigido às instituições para operar no mercado. "Acho que a comunidade internacional, os reguladores e o G-20 têm trabalhado no aprimoramento dessa agenda regulatória porque há o reconhecimento de que essas falhas levaram, além de outros fatores macroeconômicos, a um tipo de crise muito aguda com um processo de desalavancagem, de reprecificação repentina do risco, da qualidade dos produtos, do valor desses ativos, que levaram à crise de 2008 e 2009", disse Awazu.

Ele lembrou que o sistema brasileiro de regulação é mais conservador do que a média dos países do G-20, mas afirmou que o Brasil interiorizará as definições resultantes dos processos internacionais de aperfeiçoamento da regulação. "São discussões que vão fornecer condições mais seguras na operação do sistema financeiro em nível global e nacional".

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