Economia

Governo veta novos setores ao benefício da desoneração

Governo alegou, ao justificar o veto, não haver "cálculos do impacto orçamentário financeiro" da inclusão dos segmentos


	Notas de cinquenta reais: governo alegou não haver "cálculos do impacto orçamentário financeiro" da inclusão dos segmentos
 (Marcello Casal/ABr)

Notas de cinquenta reais: governo alegou não haver "cálculos do impacto orçamentário financeiro" da inclusão dos segmentos (Marcello Casal/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 17h42.

Brasília - O governo federal publicou nesta sexta-feira a Lei nº 13.043, que reabre o prazo de adesão ao programa de refinanciamento de dívidas tributárias (Refis), com veto à inclusão de novos setores ao benefício da desoneração da folha de pagamento, em meio a uma situação fiscal delicada neste fim de ano.

O governo vetou a extensão da desoneração da folha de pagamento para escritórios de arquitetura e engenharia, empresas de transporte por afretamento e farmácias, conforme previsto no texto aprovado pelo Congresso Nacional.

O governo alegou, ao justificar o veto, não haver "cálculos do impacto orçamentário financeiro" da inclusão desses segmentos.

De janeiro a setembro, a desoneração total de tributos federais atingiu 75,690 bilhões de reais, sendo um dos fatores do baixo desempenho da receita tributária no ano.

No texto da lei, contudo, consta incorretamente a proibição a desonerações das empresas do setor de serviços, disse o secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, acrescentando que o governo publicará uma errata para não haver dúvidas de que o segmento continua tendo acesso ao benefício tributário.

Oliveira disse que o governo acelerou a sanção da lei para que empresas com impostos atrasados pudessem aderir Refis e que essa nova renegociação de dívidas pode render 3 bilhões de reais ao governo em novembro.

"Sim, o objetivo é antecipar (a sanção da lei) para ter mais previsibilidade nas contas de fim de ano", disse.

As desonerações e a economia fraca frustraram as perspectivas de arrecadação do governo, que agora busca maneiras de fechar as contas públicas com superávit neste ano.

Na última terça-feira o governo enviou o Congresso Nacional projeto de lei que amplia os abatimentos da meta de superávit primário, o que na prática acaba com o alvo fiscal.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosIncentivos fiscaisLeãoPolítica fiscal

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron