Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, durante entrevista à revista Veja, em 2005.
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 11h57.
São Paulo - Após negociação de seis anos com a Justiça americana e o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), o governo brasileiro vai repatriar os bens de Edemar Cid Ferreira, proprietário do Banco Santos à época da quebra da instituição. As informações são da coluna da Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
A tela "Figures dans une Structure", do célebre pintor uruguaio Joaquín Torres García e avaliada em 500 mil reais, deve será entregue à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de SP nos próximos dias. O quadro estava nos Estados Unidos, e para seu retorno ao país participaram das negociações o Ministério Público, o Ministério da Justiça e a Justiça Federal de São Paulo.
Fraude
Edemar, que chegou a ser presidente da Bienal de São Paulo, montou um dos grandes acervos de arte do país. Com a sua condenação por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, as obras foram apreendidas por ordem da Justiça.
O Banco Santos foi liquidado pelo Banco Central em 2004, após a investigação de irregularidades que custaram mais de 1 bilhão de reais. Foram descobertas infrações na concessão de empréstimos a empresas em dificuldades financeiras no Brasil em troca da compra de títulos e de investimentos em empresas localizadas em paraísos fiscais. Edemar Cid Ferreira foi preso por gestão fraudulenta e crimes financeiros em 2006.
O Ministério Público pretendia leiloar as obras para ressarcir os clientes vítimas da falência do Banco Santos.