Agência de notícias
Publicado em 29 de maio de 2025 às 15h46.
Última atualização em 29 de maio de 2025 às 16h12.
O Governo Central — composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — registrou superávit primário de R$ 17,8 bilhões em abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Tesouro Nacional. É o melhor resultado para o mês desde 2022, quando foi contabilizado saldo positivo de R$ 33,1 bilhões
O superávit significa que neste mês o governo arrecadou mais do que gastou — sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. O resultado é melhor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve déficit de R$ 12,22 bilhões no cálculo corrigido pela inflação.
De acordo com as informações divulgados pela Tesouro, as despesas totais, por sua vez, somaram R$ 194,4 bilhões em abril. Houve alta real de 8,2%.
Já no acumulado dos quatro primeiros meses de 2025, as contas do governo tiveram superávit de R$ 72,4 bilhões. em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado superávit de R$ 31,8 bilhões.
O primeiro trimestre do ano também registrou o maior saldo positivo desde 2022, quando houve superávit de R$ 92,6 bilhões.
Apesar do desempenho positivo, o governo ainda tem o desafio de cumprir a meta fiscal em 2025, que é de zerar o déficit. No ano passado o resultado foi negativo em R$ 43 bilhões. Com as regras do novo arcabouço fiscal, há uma margem tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, equivalente à cerca de R$ 31 bilhões.
Diante do desafio de cumprir as metas fiscais, o governo publicou uma medida na semana passada que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cobrado em transações como compra de moeda estrangeira, remessas ao exterior, operações de crédito e uso de cartão de crédito internacional. O objetivo foi elevar a arrecadação federal em cerca de R$ 20 bilhões.
No mesmo dia do anúncio, na última quinta-feira, o Ministério da Fazenda recuou da taxação sobre envio de recursos de fundos ao exterior, o que reduziu em R$ 1,4 bilhão o impacto da medida — mas isso já foi equacionado.
A medida agora enfrenta resistência no Congresso Nacional, que acumula 20 projetos para derrubar os feitos do aumento sobre o IOF.
O governo tenta manter de pé o decreto, argumentando junto ao Congresso Nacional que uma eventual derrubada da medida elevaria a um cenário de paralisação da máquina pública.
Chamado tecnicamente de shutdown, isso ocorre quando as despesas não obrigatórias caem a um nível que dificulta a manutenção do dia a dia do governo. As despesas não obrigatórias pagam investimentos, compras do governo e o custeio de coisas mais básicas, como insumos e contas de luz.