Economia

Mantega: é possível controlar inflação sem mexer em juros

Ele disse que, ao contrário dos países avançados, o Brasil ainda tem várias alternativas nesse sentido

O ministro disse também que não existe previsão por parte do governo para o reajuste dos combustíveis (Ueslei Marcelino/Reuters)

O ministro disse também que não existe previsão por parte do governo para o reajuste dos combustíveis (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2012 às 17h03.

Brasília – O governo tem um elenco de medidas para controlar a inflação e fazer a economia crescer, sem, por exemplo, ter que alterar a trajetória de queda da taxa básica de juros, garantiu hoje (10) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele disse que, ao contrário dos países avançados, o Brasil ainda tem várias alternativas nesse sentido. Mantega, no entanto, não quis antecipar se o governo estuda reduzir o compulsório dos bancos, como forma de ajudar as instituições financeiras a reduzir as taxas cobradas em operações de crédito.

“O importante é que a diferença dos países avançados, que, às vezes, já não têm política monetária pra fazer e fizeram tudo que tinham para fazer nesse quesito, o Brasil tem muita política para fazer. Tem muito lastro. Essa é a nossa diferença”, disse, ao retorno para o Ministério da Fazenda após se reunir, no Palácio do Planalto, com a presidenta Dilma Rousseff.

Mantega assegurou ainda que, utilizando os instrumentos que o governo dispõe, a economia brasileira vai crescer mais do que no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) registrou 2,7% de avanço. “Podemos assegurar que a economia brasileira vai crescer mais do que no ano passado. Não posso mencionar medidas específicas. A imprensa publica todos os dias medidas. E, é claro, várias delas podem ser tomadas e nós estaremos tomando.”

Ele avaliou como incorretas as avaliações de analistas que acreditam que a economia brasileira terá dificuldades de crescer 3% em 2012. Mantega, no entanto, ressaltou que o Brasil ainda sofre o impacto da crise econômica mundial. “Sofremos o impacto do que acontece lá fora, principalmente do lado da indústria, porque os mercados continuam encolhidos. Inclusive os Estados Unidos não estão dando sinais de dinamismo. Então, isso nos afeta. Já nós, dependemos do nosso mercado”, disse.

A recente alta do dólar é um fator, no entender do ministro, que tem ajudado a economia brasileira porque tem dificultado a entrada, no país, de produtos estrangeiros mais baratos, abrindo, assim, espaço para a produção nacional.

“Temos alguns problemas na área do crédito que estão sendo solucionados. Claro que não é do dia para a noite que isso acontece. A escassez de crédito e as taxas estão elevadas, mas eu vejo que existe uma boa vontade do setor financeiro para remediar a situação baixando as taxas e liberando mais crédito”, destacou.

O ministro disse também que não existe previsão por parte do governo para o reajuste dos combustíveis.

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