Economia

Governo tem de duas a três semanas para achar solução após derrubada de decreto do IOF, diz Ceron

Decisão deve ter impacto relevante nas contas públicas e precisa ser considerada para o próximo relatório bimestral

Rogério Ceron: secretário do Tesouro Nacional

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Agência o Globo
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Publicado em 26 de junho de 2025 às 17h03.

Última atualização em 26 de junho de 2025 às 17h23.

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O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta quinta-feira que a equipe econômica tem um prazo de duas a três semanas para encontrar uma solução diante da derrubada do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo ele, a decisão terá um impacto relevante nas contas públicas de 2025 e 2026 e precisa ser considerada já na preparação do próximo relatório bimestral de receitas e despesas.

— Estamos na iminência do relatório bimestral de julho [de receitas e despesas], para além da proposta orçamentária de 2026. Já estamos começando o rito de preparação das estimativas, então tem de ser levado em consideração — disse Ceron.

Segundo o secretário, o governo está avaliando todos os cenários para tentar manter o equilíbrio fiscal, mas as decisões envolvem instâncias mais amplas da Esplanada. O governo estimava arrecadar R$ 10 bilhões com o decreto neste ano.

— Estamos batalhando para traçar todos os cenários e as opções de soluções. Mas é óbvio que isso passa por um processo decisório muito maior —afirmou.

O decreto do IOF, assinado pelo presidente Lula em maio, elevou a alíquota da cobrança sobre investimentos no exterior e movimentações financeiras internacionais, como parte do esforço do governo para recompor receitas. No entanto, na noite desta quarta-feira o Congresso derrubou o decreto.

— Temos cerca de duas ou três semanas para definir o que vai ter de solução para fins de programação do próximo relatório bimestral. Realmente ainda não dá para sinalizar nada, isso está sendo discutido e avaliadas todas as possibilidades — completou Ceron.

Ele destacou que uma eventual perda de arrecadação pode vir a obrigar o governo a fazer contingenciamentos ou bloqueios no orçamento, afetando a execução das despesas nos próximos meses.

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