Economia

Governo vê inflação mais baixa em 2019 e eleva de leve projeção para PIB

Equipe econômica do governo espera uma retomada com mais força da economia a partir de setembro.

Preços: para a inflação medida pelo IPCA, a elevação passou a ser estimada pela SPE em 3,6% para 2019, ante 3,8% antes (Germano Luders/Exame)

Preços: para a inflação medida pelo IPCA, a elevação passou a ser estimada pela SPE em 3,6% para 2019, ante 3,8% antes (Germano Luders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 10 de setembro de 2019 às 10h14.

Última atualização em 10 de setembro de 2019 às 11h36.

BRASÍLIA (Reuters) - O governo passou a ver uma inflação mais baixa neste ano, e elevou ligeiramente o crescimento esperado para a economia, pontuando que um desempenho mais forte da atividade no quarto trimestre deve compensar uma performance mais fraca para o trimestre atual.

Em seu boletim macrofiscal divulgado nesta terça-feira, a secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia projetou alta do Produto Interno Bruto (PIB) este ano a 0,8%, sobre 0,81% anteriormente.

Contudo, o secretário da pasta, Adolfo Sachsida, informou em coletiva de imprensa que a nova estimativa com duas casas decimais é de 0,85% para o PIB em 2019 --aumento, portanto, em relação ao patamar visto anteriormente.

Já para a inflação medida pelo IPCA, a elevação passou a ser estimada pela SPE em 3,6% para 2019, ante 3,8% antes.

"Embora a projeção para o crescimento da atividade no terceiro trimestre tenha sido reduzida, a melhora das estimativas para o último trimestre de 2019 compensou a piora dos indicadores referentes ao trimestre atual", frisou a secretaria no boletim.

"Projeta-se recuperação da atividade a partir de setembro deste ano, como resposta dos efeitos iniciais do corte de juros, da elevação da confiança e início das liberações de recursos do saque imediato do FGTS", completou.

Para o terceiro trimestre, a expectativa da SPE é de uma expansão de 0,2% em relação aos três meses anteriores, numa perda de fôlego ante o crescimento de 0,4% exibido pelo PIB no segundo trimestre.

De acordo com a SPE, essa desaceleração deverá ser observada "em quase todas as aberturas de serviços".

Sobre o comportamento do IPCA, a SPE afirmou que "mais uma vez, a intensidade da descompressão do preço de alimentos foi responsável por parte da queda da estimativa de inflação".

Durante a coletiva, Sachsida voltou a dizer que espera uma retomada com mais força da economia a partir de setembro.

"Em agosto parece que se encerrou ciclo extremamente difícil da economia brasileira, a partir de setembro vamos poder observar com mais consistência uma retomada passo a passo da recuperação da economia", afirmou.

Por outro lado, ele ponderou que três cenários seguem inspirando cuidados: baixa produtividade da economia brasileira, um cenário fiscal delicado e uma conjuntura internacional que mostra queda no crescimento de vários países do mundo.

Os novos números do boletim da SPE vão embasar o próximo relatório bimestral de receitas e despesas que, por lei, deve ser publicado até o dia 22 deste mês. No documento, o governo refaz suas projeções de receitas e despesas e adota ações para garantir o cumprimento da meta fiscal, fixada neste ano em um déficit primário de 139 bilhões de reais para o governo central.

Até agora, já foram contingenciados gastos discricionários de 34 bilhões de reais para assegurá-la.

(Edição de José de Castro)

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroPIBPIB do Brasil

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs