Economia

Governo quer estudar nova classe média e evitar empobrecimento

Para conhecer mais sobre a população que mais ascendeu economicamente na última década, o governo promove o seminário Políticas Públicas para uma Nova Classe Média

Segundo a FGV, 39,5 milhões de pessoas entraram na classe C nos últimos dez anos (Foto: Abr)

Segundo a FGV, 39,5 milhões de pessoas entraram na classe C nos últimos dez anos (Foto: Abr)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2011 às 08h37.

Brasília – No dia 8 de agosto, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) promove em Brasília o seminário Políticas Públicas para uma Nova Classe Média. A presidente Dilma Rousseff fará a abertura do evento que reunirá especialistas em políticas sociais.

O governo quer aumentar o conhecimento sobre a população que mais ascendeu economicamente na última década no Brasil. “Precisamos saber quem é, e ter números”, explicou o ministro-chefe da SAE, Moreira Franco, que espera uma definição universal sobre a composição da chamada nova classe média, inclusive das faixas de renda per capita do segmento.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), 39,5 milhões de pessoas entraram na classe C nos últimos dez anos e 18 milhões saíram da pobreza extrema. O Brasil tem atualmente mais de 94 milhões de pessoas consideradas de classe média, mais da metade da população.

O conhecimento sobre a nova classe média pode viabilizar a formatação de novas políticas sociais, que, além da ascensão, viabilize a manutenção da população nos estratos sociais com maior renda e melhor qualidade de vida. “Precisamos formular políticas que não só evitem o retorno e também abram perspectivas de avanço”, destacou o ministro.

Para Moreira Franco, a nova classe tem alto poder de consumo e é o principal motor do mercado interno, fator que pode ser importante para o país em momento de crise econômica internacional.

Na avaliação do ministro, o aumento da classe média tem a ver com a valorização real do salário mínimo e o aumento da oferta de emprego. Conforme Moreira Franco, um dos efeitos do ganho de renda dos emergentes é que as pessoas estão investindo sua renda para melhorar a formação profissional ou a escolarização dos filhos, afirmou lembrando a abertura das escolas particulares na periferia.

Apesar dos avanços, o ministro avalia que educação continua sendo um gargalo nacional e atribui a situação à cultura política no Brasil. “Não há nenhum movimento político reivindicando qualidade do ensino”, lembrou. “Não faz parte da necessidade intrínseca e fundamental, como faz parte da cultura do coreano ou do chinês. Eles se dedicam àquilo, aqui ainda não.”

Acompanhe tudo sobre:Gestão públicaGoverno DilmaPadrão de vidaPobreza

Mais de Economia

Câmara aprova isenção de imposto de importação para medicamentos

Haddad confirma envio de PEC sobre revisão de gastos

BNDES vai financiar projetos de saneamento e mobilidade com FGTS