Economia

Governo projeta crescimento de 5,3% do PIB em 2021, com inflação de 5,9%

Para 2022, as estimativas passaram a um crescimento de 2,51% do PIB e alta do IPCA de 3,5%

Pandemia e risco hidrológico aumentam incerteza (Cesar Okada/Getty Images)

Pandemia e risco hidrológico aumentam incerteza (Cesar Okada/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 14 de julho de 2021 às 10h39.

Última atualização em 15 de julho de 2021 às 19h30.

O Ministério da Economia elevou com força sua projeção de crescimento econômico para este ano a 5,3% e ainda aumentou a estimativa de inflação a 5,90%, nível acima do teto da meta para o período, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria de Política Econômica nesta quarta-feira. É a primeira vez que a pasta prevê inflação acima da meta neste ano.

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O boletim anterior, de maio, projetava expansão do Produto Interno Bruto de 3,5% e inflação de 5,05% neste ano.

Para 2022, as estimativas passaram a um crescimento de 2,51% do PIB e alta do IPCA de 3,5%, contra 2,50% e 3,50% respectivamente antes.

A meta de inflação para este ano é de 3,75% e para 2022 de 3,50%, ambos com margem de tolerância na meta de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

A SPE destacou no documento que o resultado do PIB no primeiro trimestre deste ano mostrou que a economia brasileira está se recuperando da crise econômica causada pela pandemia da Covid-19 a taxas mais altas que nas retomadas após recessões anteriores. Mas ressaltou o elevado grau de incerteza devido aos efeitos da pandemia e da intensificação do risco hidrológico. "O principal motor desta recuperação tem sido a melhora do investimento", completou o boletim, ressaltando ainda que nas últimas semanas houve avanço da vacinação em massa no Brasil contra o coronavírus, com a expectativa de que isso tenha efeitos positivos para a projeção do crescimento da economia.

"Na atual retomada econômica, o investimento é financiado majoritariamente pelo próprio setor privado. Ou seja, o investimento passou a ser alocado para onde ele é mais eficiente e não mais para onde o Estado determina. Assim, observa-se elevação da participação do crédito com recursos livres em percentual do PIB", explicou.

Segundo a secretaria, entre outros fatores que propiciam o crescimento econômico no Brasil, estão a elevada liquidez internacional e aumento do preço das commodities, bem como a taxa de poupança mais elevada, robusto crescimento do crédito com financiamento do setor privado e maior crescimento do investimento.

No curto prazo, o governo estima um crescimento de 0,25% do PIB no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro, e de 12,93% sobre o mesmo período de 2020. Entre janeiro e março deste ano, o Brasil registrou crescimento de 1,2% sobre o trimestre anterior.

As estimativas apontam contração de 1,17% da agropecuária entre abril e junho sobre os três meses anteriores, mas expansão de 2,09% da atividade industrial e de 0,41% de serviços na mesma base de comparação.

Em relação à alta do IPCA, o boletim destacou que o índice tem sido impactado mais fortemente pelas variações no grupo dos monitorados, decorrente de elevações significativas nos preços dos combustíveis e energia elétrica, diante das alterações nas bandeiras tarifárias.

Nos 12 meses até junho, o IPCA acumulou avanço de 8,35%, depois de subir 0,53% no mês pressionado pela energia elétrica e combustíveis. A estimativa para a atividade econômica brasileira este ano ficou em linha com aquela calculada por especialistas na pesquisa Focus do Banco Central, que aponta previsão de expansão do PIB de 5,26% em 2021, mas de 2,09% em 2022.

Para a alta do IPCA, o levantamento semanal projeta 6,11% este ano e 3,75% no próximo.

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