Dinheiro; real (./Thinkstock)
Reuters
Publicado em 27 de março de 2017 às 14h09.
Última atualização em 27 de março de 2017 às 14h10.
São Paulo - O contingenciamento que a equipe econômica calcula que será necessário para cumprir a meta fiscal deste ano deve ficar em torno de 30 bilhões de reais, afirmou nesta segunda-feira à Reuters uma fonte da equipe econômica com conhecimento sobre o assunto.
Além disso, a ideia é arrecadar cerca de 14 bilhões de reais com aumento de impostos e outros 14 bilhões de reais com receitas extraordinárias e, assim, cobrir o rombo adicional de 58,2 bilhões de reais detectado para 2017.
Segundo a fonte, que pediu anonimato, esses dados podem mudar porque ainda precisam da aprovação do presidente Michel Temer, que não gosta da ideia de elevar muito os impostos justamente no momento em que a economia dá sinais de retomada, depois de dois anos seguidos de recessão. O Congresso Nacional também não tem mostrado apoio para aumento de tributos.
"(O contingencimento) corta bem os investimentos, dada a dificuldade de cortar outras despesas", afirmou a fonte, acrescentando, no entanto, que o que "dificulta a retomada (econômica) é o déficit elevado e sem perspectiva de virar superávit".
A meta fiscal deste ano é de um déficit primário de 139 bilhões de reais para o governo central (governo federal, INSS e Banco Central), que será o quarto ano seguido que as contas públicas do país ficarão no vermelho.
A ideia é de o governo anunciar na terça-feira o novo contingenciamento para este ano.
A fonte explicou que estão na mesa aumento de alíquotas de Pis/Cofins e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), além da reoneração da folha de pagamentos. Com essas medidas, o governo planeja arrecadar cerca de 14 bilhões de reais.
Os outros 14 bilhões de reais que precisam para fechar o rombo adicional viriam de receitas extras, com decisões judiciais favoráveis à União envolvendo usinas hidrelétricas e precatórios.