Economia

Governo pode costurar acordo com PT para destaque não atrasar Previdência

Governo acenou ao senador Paulo Paim (PT-RS) com a possibilidade de aposentadoria especial para vigilantes ser colocada em lei complementar

Paulo Paim: intenção de Paim é contemplar vigilantes armados que teriam risco de periculosidade (Waldemir Barreto/Agência Senado)

Paulo Paim: intenção de Paim é contemplar vigilantes armados que teriam risco de periculosidade (Waldemir Barreto/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 18h12.

Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 18h15.

São Paulo — Em meio às negociações para aprovar a reforma da Previdência em segundo turno no Senado, o governo acenou ao senador Paulo Paim (PT-RS) com a possibilidade de prever, na PEC paralela ou em lei complementar, a possibilidade de aposentadoria especial para vigilantes armados. A negociação está sendo costurada para evitar o risco de aprovação de um destaque do PT que abre brecha para a concessão de benefícios por periculosidade.

A intenção de Paim é contemplar vigilantes armados, mas a mudança proposta por ele acaba tendo abrangência maior e abre caminho para diversas categorias pleitearem aposentadoria mais facilmente, por causa da exposição à periculosidade.

O temor do governo é que Paim consiga convencer outras bancadas a apoiar a mudança. Por isso, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, sua equipe e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), deflagraram uma intensa negociação no cafezinho ao lado do plenário do Senado.

Para o governo, a periculosidade não é questão previdenciária, mas trabalhista. Desde 1995, não há enquadramento de aposentadoria por categoria ou por periculosidade. O que existe é aposentadoria especial para exposição a agente nocivo - como no caso dos mineiros.

O governo não quer permitir a abertura para a periculosidade, mas acenou com a possibilidade de atender ao pedido de regra especial para vigilante armado. Em troca, Paim retiraria o destaque, que tem impacto potencial de R$ 23,2 bilhões. O senador petista ainda não respondeu sobre se há ou não acordo.

Acompanhe a votação em 2º turno

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