Economia

Governo perde fôlego para novas medidas, diz FT

O jornal britânico citou o novo programa de estímulo à compra de eletrodomésticos anunciado esta semana pela presidente Dilma Rousseff

Governo anuncia programa "Minha Casa Melhor", linha de crédito para compra de móveis e eletrodomésticos por beneficiários do "Minha Casa, Minha Vida" (Agência Brasil)

Governo anuncia programa "Minha Casa Melhor", linha de crédito para compra de móveis e eletrodomésticos por beneficiários do "Minha Casa, Minha Vida" (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 13h50.

Londres - O fôlego financeiro do governo brasileiro para tentar acelerar a economia está cada vez menor. O alerta foi feito pelo jornal britânico Financial Times em reportagem nesta sexta-feira, 14.

Ao citar o novo programa de estímulo à compra de eletrodomésticos anunciado esta semana pela presidente Dilma Rousseff, a reportagem diz que as opções da equipe econômica estão diminuindo diante de contas públicas que mostram deterioração.

"Anunciado com alarde pela presidente Dilma Rousseff, o 'Programa Minha Casa Melhor' é visto pelos economistas como mais um estímulo fiscal em uma economia em dificuldades. A preocupação é que a iniciativa ocorre depois de dois anos e R$ 300 bilhões em programas fiscais que falharam consistentemente em tentar reavivar o crescimento", diz a reportagem. "Isso tem feito alguns economistas se perguntarem quantos programas desse tipo o Brasil pode pagar antes que se esgotem as opções."

Segundo a reportagem assinada por Joe Leahy, chefe da sucursal do FT em São Paulo, iniciativas do governo "estão comendo o superávit primário, geram preocupação dos economistas e contribuíram para a Standard & Poor's piorar a perspectiva da nota brasileira para negativa".

A reportagem cita especialmente o efeito sobre o superávit primário, cuja meta é equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Ao lembrar que o governo realizou "manobras contábeis" para melhorar o resultado das contas públicas, o jornal cita que o superávit primário real do ano passado foi de 2,4% do PIB e deverá cair para 1,5% do PIB este ano.

" Com uma eleição presidencial no próximo ano, o governo deve gastar mais, o que poderia reduzir o esforço fiscal ainda mais, para 0,9% em 2014", diz o texto.

Analistas ouvidos pelo FT alertam que, no caso brasileiro, superávits primários inferiores a 1,5% do PIB têm como efeito o aumento da dívida líquida do setor público. A reportagem diz ainda que "há rumores de que a presidente Dilma Rousseff anunciará nesta sexta-feira medidas fiscais".

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