Economia

Governo optou por política não recessiva, diz Augustin

O secretário do Tesouro afirmou que há momentos em que o resultado primário é ajustado ao ciclo econômico para ajudar quando a economia perde dinamismo


	Arno Augustin: secretário do Tesouro evitou dizer se acredita que ocorrerá novo rebaixamento
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Arno Augustin: secretário do Tesouro evitou dizer se acredita que ocorrerá novo rebaixamento (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 16h28.

Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quarta-feira, 26, que o governo optou este ano por adotar uma política não recessiva para manter os investimentos e as políticas sociais.

Segundo ele, a decisão do governo de descontingenciar R$ 10,1 bilhões no último relatório de avaliação de receitas e despesas divulgado na última sexta-feira, 21, tem como objetivo manter as despesas em áreas essenciais, como saúde.

"São despesas essenciais em áreas sociais. Não é gasto que podemos decidir fazer ou não", afirmou.

O secretário disse ser normal fazer ajustes nas projeções do governo. Ele contou que houve ano em que a receita, no último dia, ficou R$ 9 bilhões a menos que o previsto.

"É um fato. E nós tivemos que ter condições de cumprir a meta. A existência de diferenças ao longo do período sempre ocorre", justificou.

Augustin afirmou que sempre tem análises mais conservadoras que dizem que o resultado primário vai ser pior.

"Esse ano não está bem. Então a previsão conservadora estava certa, mas em outros anos estava errada", disse.

O secretário afirmou que há momentos em que o resultado primário é ajustado ao ciclo econômico para ajudar quando a economia perde dinamismo.

"Foi uma decisão que achamos correta, de apostar e trabalhar para que a economia não tivesse danos maiores por conta da crise internacional", afirmou.

Rebaixamento

De acordo com Augustin, há uma "grande vontade de enxergar dificuldades" e que, por isso, muitos usam o plural para dizer que agências de classificação de risco rebaixaram a nota do Brasil, quando, na realidade, foi apenas uma.

"É tanta vontade de alguns de enxergar isso que eles usam o plural, "as agências", quando é um caso e uma agência", disse.

Em seguida, Augustin argumentou que o Brasil teve, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, sete rebaixamentos.

"Portanto, isso não é uma situação não usual, isso pode ocorrer", disse

"Isso não é uma situação anormal. Evidentemente, quando há momentos em que você tem que ter política anticíclica, é normal que isso se reflita na avaliação das agências. Três agências fizeram reavaliação, uma manteve como estava, uma rebaixou e outra colocou outlook negativo", lembrou.

Augustin evitou dizer se acredita que ocorrerá novo rebaixamento.

"As análises previstas são para o ano que vem. Até lá vamos ter um trabalho normal e acho que fundamentos não indicam isso (rebaixamento)", disse, acrescentando que a participação dos estrangeiros na dívida tem crescido.

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