Economia

Governo e oposição em Portugal se unem contra dívida

Lisboa - O governo português e o principal partido da oposição anunciaram nesta quarta-feira sua intenção de "trabalhar juntos" para enfrentar a crise da dívida, o que permitirá antecipar medidas do plano de austeridade destinado a reduzir o déficit público. "O governo e o principal partido da oposição decidiram trabalhar juntos para responder em primeiro […]

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2010 às 15h48.

Lisboa - O governo português e o principal partido da oposição anunciaram nesta quarta-feira sua intenção de "trabalhar juntos" para enfrentar a crise da dívida, o que permitirá antecipar medidas do plano de austeridade destinado a reduzir o déficit público.

"O governo e o principal partido da oposição decidiram trabalhar juntos para responder em primeiro lugar ao que se constitui um ataque especulativo sem fundamento contra o euro e contra a dívida soberana portuguesa", declarou o primeiro-ministro José Sócrates em coletiva de imprensa juntamente a Pedro Passos Coelho, presidente do Partido Social-Democrata (PSD, centro-direita).

O governo socialista, minoritário no Parlamento, tem "a intenção de antecipar para 2010 medidas que estavam previstas para os próximos anos em nosso programa de estabilidade e crescimento", anunciou Sócrates.

Com o objetivo de que "todos os agentes internacionais saibam que o país tem a intenção de respeitar seus objetivos" em matéria de dívida, afirmou que as restrições à concessão de seguro-desemprego e outras prestações sociais seriam introduzidas este ano.

Passos Coelho, que até agora dizia não se sentir "vinculado" às medidas inscritas no programa de ajuste fiscal, se disse "disponível" para permitir que essas restrições possam entrar em vigor "mais rapidamente".

Os dois líderes, que anunciaram um "diálogo regular", tinham decidido se reunir depois que na terça-feira a agência de classificação de risco Standard and Poor's rebaixou a nota de longo e curto prazo da dívida soberana de Portugal, alegando que as finanças públicas do país estão "estruturalmente frágeis".

O plano de austeridade do governo quer reduzir o déficit público de 9,4% do PIB em 2009 para 8,3% este ano, para acabar fixando-o abaixo de 3% em 2013.

Mesmo assim, prevê um vasto plano de privatizações, para diminuir a dívida pública do país, que deve chegar a 85,9% do PIB este ano.

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