Eletrobras: na avaliação de Colnago, há "vários grupos" interessados na Cepisa (Nadia Sussman/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 16 de julho de 2018 às 16h17.
Última atualização em 16 de julho de 2018 às 19h22.
Madri - O governo manterá o leilão da Cepisa, distribuidora de energia elétrica da Eletrobras no Piauí, para o próximo dia 26 de julho, e prorrogará para 30 de agosto o leilão das outras cinco distribuidoras subsidiárias da estatal que seriam originalmente ofertadas no fim deste mês, disse à Reuters em Madri o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, nesta segunda-feira.
"Nós tínhamos duas opções: prorrogar as seis, esperando a lei passar ou, que é o que a gente está optando, manter o leilão das Centrais Elétricas do Piauí agora no dia 26", disse Colnago, acrescentando que "as outras cinco vão ficar para um leilão no dia 30 de agosto".
O novo prazo deve-se à necessidade de aguardar a aprovação no Senado de um projeto de lei visto como importante para viabilizar a venda das distribuidoras que operam na Região Norte e a uma decisão judicial específica que trava a venda da empresa que opera no Alagoas, a Ceal.
Na sexta-feira passada, a Advocacia-Geral da União e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recorreram ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) para tentar derrubar decisão liminar da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro que suspendeu o leilão de venda da Amazonas Energia, Ceron, Ceal, Boa Vista Energia, Eletroacre e Cepisa.
Na avaliação do ministro, que participa da conferência Infraestrutura para a Integração da América Latina na Espanha, há "vários grupos" interessados na Cepisa que, dentre as seis companhias, foi a teve "maior procura", inclusive pelos espanhóis.
O ministro também afirmou que o governo publicará na próxima quinta ou sexta-feira sua nova grade de parâmetros econômicos para 2018. Sem detalhar números, ele afirmou que a previsão de expansão para o Produto Interno Bruto (PIB) ficará próxima à do mercado, hoje em torno de 1,5 por cento.
Colnago também disse que a greve dos caminhoneiros limou um trimestre de crescimento econômico do país, retirando de 0,7 a 0,8 ponto percentual da expectativa para a atividade que o governo tinha anteriormente.
O próprio Ministério da Fazenda, que chegou a falar em crescimento de 3 por cento neste ano, agora calcula expansão de 1,6 por cento, mesmo cenário do Banco Central.
Após o Congresso ter derrubado do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 trecho que proibia a concessão de novos aumentos ao funcionalismo público no ano que vem, Colnago afirmou que o governo irá propor que os aumentos já autorizados sejam postergados em um ano dentro de esforço fiscal para o próximo exercício.
"O que eu vou propor para o presidente (Michel Temer) é para aqueles que já havia uma proposição de aumento, você não dá em 2019, dá em 2020", disse.
(Reportagem adicional de Marcela Ayres, em Brasília)