Agência de notícias
Publicado em 26 de junho de 2025 às 21h08.
O Brasil tentará incluir os setores automotivo e açucareiro no Mercosul, ao assumir a presidência pro tempore do bloco, na cúpula de presidentes, em Buenos Aires. Em 34 anos de existência, esses setores jamais fizeram parte da Tarifa Externa Comum (TEC).
De acordo com o diretor do Departamento do Mercosul do Itamaraty, Francisco Canabrava, a entrada desses setores nas regras do bloco será gradual. Isso porque são considerados sensíveis.
— Temos consciência de que são dois setores que, por razões específicas, nasceram excluídos do Mercosul. Estamos trabalhando de maneira gradual, mas sem perder o rumo — afirmou Canabrava.
Atualmente, o comércio de automóveis é praticamente restrito a Brasil e Argentina, que têm acordos de cotas. Assim, uma quantidade limitada de veículos pode entrar no intercâmbio sem a alíquota de importação, de 35%. O Brasil defende uma política automotriz comum para os sócios do Mercosul.
No caso do açúcar, o diplomata explicou que a ideia é que seja feita uma integração entre as cadeias produtivas, incluindo massas e biscoitos, de todos os países do Mercosul. Seriam estabelecidos parâmetros e termos de referência, para evitar que os produtores locais sejam prejudicados.
— Há sensibilidade nos nossos sócios do Mercosul. Nosso trabalho não tem o objetivo de excluir os agricultores locais — disse.
A cúpula do Mercosul será realizada nos dias 2 e 3, na Argentina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegará à noite da próxima quarta-feira e voltará ao Brasil no dia seguinte, após as reuniões entre os presidentes do bloco.
A presidência pro tempore do Mercosul dura seis meses e está com a Argentina. A partir da semana que vem, Lula receberá o mandato do presidente argentino, Javier Milei.