Economia

Governo grego adia novamente acordo com 'troika'

Segundo fontes, país ainda não concordou com todas as exigências de FMI, BCE e União Europeia

A Grécia continua negociando um novo pacote de ajuda com a troika (Louisa Gouliamaki/AFP)

A Grécia continua negociando um novo pacote de ajuda com a troika (Louisa Gouliamaki/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 17h23.

Atenas - O governo da Grécia adiou para esta quarta-feira a aprovação das novas medidas de austeridade exigidas pelo grupo de entidades credoras conhecido como 'troika', informou à Agência Efe uma fonte próxima ao primeiro-ministro do país, Lucas Papademos.

A mesma fonte disse que ainda nesta terça-feira, por volta das 21h30 locais (17h30 de Brasília), Papademos e os representantes da 'troika' - formada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) - realizarão uma reunião extraordinária.

A reunião crucial entre Papademos e os líderes dos partidos da coalizão governista - social-democratas, conservadores e extrema-direita - para decidir a resposta da Grécia às exigências da 'troika' já tinha sido adiada desta segunda para esta terça.

A fonte acrescentou que o adiamento se justifica por ainda haver 'algumas questões abertas' na negociação entre o governo e a 'troika' sobre o novo programa internacional de financiamento à Grécia, avaliado em 130 bilhões de euros.

Pouco antes, uma fonte do governo grego havia informado à Efe sobre a obtenção de um princípio de acordo sobre os cortes exigidos para que o país receba um novo empréstimo internacional.

Já a fonte que informou sobre o adiamento das negociações disse que alguns dos temas ainda pendentes são 'importantes' e fez referência à questão da redução dos gastos públicos, dos quais o governo grego busca cortes da ordem de 2,3 bilhões de euros, enquanto a 'troika' exige 3,3 bilhões de euros.

Outras das medidas exigidas, de acordo com a imprensa grega, seriam um rebaixamento de 20% a 25% do salário mínimo (atualmente de 751 euros brutos), cortes de 20% das aposentadorias acima de 1 mil euros e uma diminuição substancial dos complementos que superem 150 euros em todas as aposentadorias.

Além disso, o plano inclui a demissão de 15 mil servidores com contratos temporários, drásticos cortes dos salários nas empresas públicas e privatização imediata destas, liberalização das profissões 'fechadas' (como taxistas e tabeliões) e abolição dos contratos coletivos.

A 'troika' advertiu que, se essas medidas não forem ratificadas, não haverá um novo empréstimo de 130 bilhões de euros e também não permitirá a execução do perdão da dívida pactuada entre Grécia e bancos privados.

Sem empréstimo e sem perdão da dívida, a Grécia se encaminharia rumo à quebra no dia 20 de março, quando terá de desembolsar 14,4 bilhões de euros em vencimentos de títulos da dívida, dos quais atualmente carece. 

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEndividamento de paísesEuropaGréciaPiigsUnião Europeia

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE