Um dia depois da sanção presidencial ao pacote de estímulo à economia e mais de uma semana após a divulgação do plano de ajuda aos bancos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama anunciou nesta quarta-feira um terceiro pacote de reconstrução econômica, desta vez destinado ao setor imobiliário. O custo do plano pode ultrapassar os 275 bilhões de dólares, segundo o Wall Street Journal.
O foco do pacote é ajudar mais de 9 milhões de famílias a refinanciar ou reestruturar suas dívidas relacionadas a hipotecas, num claro esforço para reduzir o nível de despejos e brecar a perda de valor dos imóveis.
A principal forma de ajuda aos mutuários seria a concessão de empréstimos mais baratos por meio das empresas de crédito habitacional Fannie Mae e Freddie Mac. Para isso, o governo pretende elevar de 850 bilhões de dólares para 900 bilhões de dólares o limite dos portfólios de empréstimos de cada companhia.
O Estado também deve dobrar o investimento em compra de ações preferenciais das empresas, dos 100 bilhões de dólares anunciados anteriormente para 200 bilhões de dólares em cada companhia. A injeção de capital, uma forma branda de estatização, tem a finalidade de garantir que as duas gigantes do setor terão liquidez suficiente para realizar os empréstimos.
Fannie Mae e Freddie Mac são administradas pela iniciativa privada, mas supervisionadas e financiadas pelo governo. A primeira intervenção estatal sobre as empresas ocorreu em setembro do ano passado, quando as companhias estavam à beira da falência.
O pacote prevê também a destinação de 75 bilhões de dólares para ajudar até 4 milhões de mutuários sob risco de perder seus imóveis. O montante servirá para subsidiar taxas de juros mais baratas, de forma que as parcelas do empréstimo não ultrapassem 38% da renda do mutuário. Aos poucos, essa porcentagem cairia ainda mais até chegar a 31% .
As instituições de crédito que quiserem participar do programa terão ainda que se submeter a um novo conjunto de orientações para concessão de empréstimos. Com isso, o governo espera uniformizar as regras para operações de crédito habitacional.