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Governo estuda comprar alimentos que perderiam mercado nos EUA, diz Haddad

Proposta é direcionar a produção para programas de segurança alimentar e nutricional, como a merenda escolar

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Publicado em 1 de agosto de 2025 às 20h23.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 1º de agosto, que o governo estuda incluir a compra de produtos brasileiros para minimizar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A ideia é direcionar a produção para programas de segurança alimentar e nutricional, como a merenda escolar, evitando prejuízos imediatos a empresas e produtores.

A proposta foi discutida durante reunião com o governador do Ceará, Elmano de Freitas, em Brasília. O estado é um dos mais impactados pela decisão de Washington, que elevou em até 50% as tarifas sobre bens brasileiros — medida que afeta setores estratégicos, como a produção de pescados e outros alimentos.

—  Nossa avaliação é de que nós vamos conseguir lidar com a situação. Consegui tranquilizar o governador, dizer que nós estamos à disposição. Ele apresentou algumas sugestões e nós vamos seguir assim, conversando com os governadores, com os exportadores — disse Haddad.

Nesta sexta-feira o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) sugeriu ao ministro que Estados e municípios comprem alimentos que seriam exportados para os EUA.

— Trouxemos a possibilidade de aquisição pelo governo, seja do Estado do Ceará, seja pelos nossos municípios, de produtos desses que nós exportamos aos Estados Unidos — disse o governador.

Diálogo aberto

O ministro também destacou que parte do plano do governo segue envolvendo o diálogo com os EUA, para tentar reverter as tarifas. Haddad informou que mantém contato frequente com a equipe do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Besset, e que uma reunião mais longa e focada na decisão “unilateral” de Washington deve ocorrer na próxima semana. Entre os temas que devem estar na pauta, além das tarifas, está a chamada Lei Magnitsky, que está sob a alçada do Tesouro e cuja aplicação, segundo o ministro, requer esclarecimentos sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro.

— Há muita desinformação a respeito disso. Vamos esclarecer como funciona o nosso sistema, porque entendemos que relações comerciais não devem ser afetadas por avaliações políticas — completou.

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