Economia

Governo eleva previsão de receitas extraordinárias

O governo federal aposta em uma arrecadação extra de R$ 24,3 bilhões em impostos neste ano


	Dinheiro: em 2014, o governo espera poupar ao todo R$ 99 bilhões
 (Getty Images)

Dinheiro: em 2014, o governo espera poupar ao todo R$ 99 bilhões (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 10h03.

Brasília - O governo federal aposta em uma arrecadação extra de R$ 24,3 bilhões em impostos neste ano para fechar a meta de superávit primário para as contas públicas, principal indicador sobre o desempenho da política econômica.

Mais da metade desse valor, ou R$ 12,5 bilhões, deve entrar nos cofres federais com a aprovação do programa de refinanciamento de tributos atrasados, o chamado Refis, cuja reabertura está sob análise do Congresso Nacional.

No ano passado, receitas não recorrentes totalizaram R$ 36 bilhões e foram cruciais para atingir a meta para as contas públicas. Em 2014, o governo espera poupar ao todo R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), para pagar juros da dívida.

A arrecadação extra anunciada na quinta-feira, 22, pelo governo sofreu revisão em relação ao decreto anterior, publicado há dois meses.

Naquela ocasião, o governo esperava R$ 18,744 bilhões em receitas extraordinárias. Sobre este número, foram adicionados os recursos que virão com o Refis.

Mas, ao mesmo tempo, o baixo desempenho da economia obrigou os técnicos do Planejamento a cortarem a estimativa de arrecadação com outros impostos.

A fotografia do momento, definida no decreto que será publicado nesta sexta-feira, 23, mostra arrecadação extra de R$ 24,3 bilhões.

Para cumprir a meta de superávit primário, além dos recursos do Refis, o governo também conta com outras duas fontes importantes. A previsão de arrecadação com as concessões de serviços públicos, segundo os dados do governo, é de R$ 13,5 bilhões.

E as estatais devem contribuir com R$ 23,9 bilhões em pagamentos de dividendos. Com isso, praticamente metade do chamado esforço fiscal do governo neste ano virá dessas três fontes.

Cenário

O novo decreto com a programação do Orçamento para este ano também vai na contramão do discurso oficial sobre o desempenho da economia.

Um dia depois de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer que a inflação vai continuar caindo nos próximos meses, o governo elevou de 5,3% para 5,6% a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014.

"A estimativa de inflação (IPCA) é compatível com a meta estipulada para fins de política monetária e com a trajetória para este índice observada até o momento", diz o relatório.

O horizonte de uma recuperação econômica mais forte, presente nos discursos de Mantega e da presidente Dilma Rousseff, também não entrou no decreto do Orçamento.

Depois de uma expansão de 2,3% no ano passado, o PIB deve crescer 2,5% neste ano, segundo o decreto que repete a mesma estimativa feita há dois meses. Mantega já chegou a prever 2,3% para este ano.

O governo deixou de fora do documento atual a projeção de déficit da Previdência Social.

No último relatório, estava em R$ 30 bilhões, mas esse número foi considerado baixo por analistas de mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosLeãoGoverno

Mais de Economia

Milei afirma que Argentina está negociando novo empréstimo com o Tesouro dos Estados Unidos

Sindicato convoca assembleias regionais contra mudança no estatuto do IBGE

Operação Cadeia de Carbono ataca fraudes já estruturadas no país, diz ministro Fernando Haddad

Receita deflagra operação contra lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis