Governo do Rio espera arrecadar ao menos 11 bilhões de reais com a concessão da Cedae (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 25 de março de 2020 às 15h27.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, pediu ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, uma antecipação de parte dos recursos a serem gerados com a concessão de duas das quatro áreas Cedae, companhia de água e esgoto do Estado.
Segundo ele, o pedido foi feito nesta quarta-feira durante a tensa reunião entre governadores do Sudeste e Bolsonaro e ministros, realizada por meio de videoconferência.
Witzel revelou que pediu uma antecipação de 100% da futura arrecadação, mas obteve a sinalização de que seria viável a disponibilidade de dois terços do total previsto, algo como cerca de 7 bilhões de reais.
O Estado do Rio de Janeiro estima arrecadar ao menos 11 bilhões de reais com a concessão das áreas de distribuição e tratamento de esgoto da Cedae. Os recursos poderiam vir do próprio BNDES, que modelou a concessão da companhia ou do próprio Tesouro, disse o governador.
"A previsão é de o leilão acontecer em outubro...demandei a possibilidade de 100% de antecipação, mas o ministro Paulo Guedes disse que poderia antecipar dois terços", disse Witzel em entrevista a jornalistas.
Apesar de previsto para outubro, a assinatura do contrato de concessão da Cedae só será consumada em fevereiro de 2021. O Estado estima um impacto inicial de 10 bilhões de reais nas suas contas com a crises geradas pela queda nos preços do petróleo e pelo coronavírus.
Apesar da instabilidade dos mercados, da perspectiva de redução do PIB global, e do escândalo gerado pela contaminação da água servida a milhões de fluminenses no início deste ano, Witzel afirmou que ainda há interessados na concessão da empresa de água do Estado.
"Ainda há muito interesse, mesmo com a crise global", disse o governador do Rio de Janeiro ao frisar que os recursos antecipados serão fundamentais para estimular a atividade econômica e obras de infraestrutura no Estado.
Procurado, o BNDES não se manifestou antes da publicação da reportagem.