Economia

Governo defende dados do IBGE e diz que trabalho é referência mundial

Jornal britânico apontou preocupação dos analistas com as revisões feitas pelo governo sobre os dados de exportações do país

Balança comercial: revisão do governo sobre dados de exportações causou desconfiança em analistas (Rogerio Reis/Getty Images)

Balança comercial: revisão do governo sobre dados de exportações causou desconfiança em analistas (Rogerio Reis/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 18h44.

Brasília —  O secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, defendeu nesta quarta-feira a qualidade dos dados do IBGE, após uma reportagem do jornal britânico Financial Times ter apontado preocupação de analistas com a mudança nas estatísticas de comércio exterior que poderá levar a uma revisão nos números do PIB. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o trabalho é técnico, mas reconhece que a revisão recente de dados das exportações geram insegurança.

"O trabalho do IBGE é referenciado mundialmente. É um trabalho muito sólido e que tem apresentado melhorias constantes. Um quadro muito capaz e que tem zelo com as suas apresentações. A nossa posição é de que os dados colocados por uma instituição de classe mundial como o IBGE, de zelo com as estatísticas, são fidedignos e são críveis", disse Waldery.

A retificação da balança comercial também levará o Banco Central a revisar os números das contas externas, indicador que inclui saldo comercial, saldo de serviços, remessas líquidas de renda ao exterior, entrada e saída de aplicações financeiras e investimentos estrangeiros diretos. O baixo volume de exportações nos últimos meses foi um dos fatores que fizeram o dólar disparar nas últimas semanas, diante da preocupação de investidores sobre a capacidade do Brasil de fazer frente ao déficit em conta corrente.

"Uma decisão no final de setembro e uma decisão no início de dezembro gera desconfiança. A gente tem que tomar um certo cuidado porque o tema do câmbio é muito sensível. Uma revisão tão rápida gera insegurança", admitiu Rodrigo Maia. "O trabalho é técnico, não tem influência política, não tem pressão para mexer no câmbio, para segurar câmbio", concluiu o deputado.

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