Economia

Governo começa a exigir biometria para novos pedidos de benefícios no INSS

Medida será iniciada a partir desta sexta-feira, 21 de novembro, de forma gradual

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 21h13.

Tudo sobreAposentadoria pelo INSS
Saiba mais

O governo federal anunciou nesta quarta-feira, 19, que começará a implementar, de forma gradual, a exigência de biometria para a concessão de benefícios sociais. A partir de sexta-feira, 21, a biometria será obrigatória para novos beneficiários da Previdência Social (INSS) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Para outros benefícios, como salário-maternidade, auxílio-doença (benefício por incapacidade temporária), pensão por morte, seguro-desemprego, abono salarial e Bolsa Família, a obrigatoriedade da biometria entrará em vigor em 1º de maio de 2026. Para os beneficiários atuais, a implantação será feita de maneira gradual até o final de 2027.

O anúncio foi feito em coletiva de imprensa pelos ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Wolney Queiroz (Previdência Social), juntamente com Amarildo Baesso, secretário Nacional de Benefícios Assistenciais do Ministério do Desenvolvimento Social.

O governo justificou o prazo ampliado como uma forma de evitar a exclusão de beneficiários, já que atualmente cerca de 11 milhões dos 68 milhões de beneficiários dos programas sociais ainda não têm cadastro biométrico. Entre os 68 milhões de beneficiários, 84% já possuem biometria registrada.

O que acontece com quem já recebe o benefício?

Atualmente, a exigência de biometria aplica-se apenas aos novos pedidos feitos ao INSS. Para os beneficiários já ativos, a implementação será gradual, e não haverá bloqueio automático dos benefícios. Aposentados, pensionistas e aqueles que já recebem algum auxílio não precisam tomar nenhuma ação imediata.

Se for identificada a necessidade de atualização do cadastro biométrico, o cidadão será informado individualmente e com antecedência, para providenciar a atualização de sua Carteira de Identidade Nacional (CIN), sem que haja qualquer impacto no pagamento de seus benefícios.

Quem está dispensado do cadastro biométrico?

  • Pessoas com mais de 80 anos;
  • Pessoas com dificuldade de deslocamento por motivo de saúde (com comprovação);
  • Moradores de áreas de difícil acesso (como comunidades ribeirinhas atendidas pelo PREVBarco);
  • Migrantes em situação de refúgio e apátridas;
  • Residentes no exterior.

Base de Dados

A base principal para o cadastro biométrico será a Carteira de Identidade Nacional (CIN). No entanto, de maneira transitória, também poderão ser usadas outras bases oficiais, como a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o título de eleitor, emitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Veja o cronograma para o INSS:

  • A partir de 21 de novembro de 2025: Qualquer novo pedido de benefício ao INSS exigirá que o cidadão possua um cadastro biométrico. Nesta primeira fase, serão aceitas as biometrias da Carteira de Identidade Nacional (CIN), da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou do Título de Eleitor.
  • A partir de 1º de maio de 2026: Quem solicitar um novo benefício e não possuir nenhuma biometria nos documentos aceitos (CIN, CNH ou TSE) precisará emitir a Carteira de Identidade Nacional (CIN) para dar andamento ao pedido. Para quem já tem biometria, nada muda.
  • A partir de 1º de janeiro de 2028: A CIN se tornará o único documento com biometria aceito para todos os requerimentos e manutenções de benefícios no INSS, unificando e simplificando a identificação.
Acompanhe tudo sobre:INSSAposentadoria pelo INSSGoverno Lula

Mais de Economia

Sindicalização cresce pela 1ª vez em uma década e atinge 8,9%

2026 terá avanço da IA, inflação alta e mundo fragmentado, prevê J.P. Morgan

Mudança em mercado de carbono será 'divisor de águas', diz diretor do Itaú BBA

Senado aprova projeto de atualização patrimonial com itens da MP do IOF