Economia

Governo Central de maio deve ser analisado com cuidado, diz Tesouro

Tesouro destacou que resultado veio melhor que o esperado na comparação com a mediana das previsões do Prisma Fiscal, que indicava rombo de R$ 22 bilhões

Governo Central: resultado de maio foi déficit primário de R$ 11,024 bilhões (iStock/Thinkstock)

Governo Central: resultado de maio foi déficit primário de R$ 11,024 bilhões (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de junho de 2018 às 19h53.

Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, fez nesta quinta-feira, 28, uma série de ressalvas na análise do déficit primário de R$ 11,024 bilhões do Governo Central em maio.

O dado veio pior que a mediana das estimativas do Projeções Broadcast, deficitária em R$ 9,9 bilhões. O Tesouro, porém, destacou que o resultado veio melhor que o esperado na comparação com a mediana das previsões do Prisma Fiscal, que indicava rombo de R$ 22 bilhões no mês passado.

No sumário executivo que acompanha os dados, assinado por Mansueto e equipe, o Tesouro ressalta que a análise dos números deve ser feita com cuidado, pois ainda não houve incorporação das despesas previstas com o programa de subsídio ao diesel e também porque os ministérios estão gastando R$ 12,8 bilhões abaixo do limite já liberado.

"Boa parte do número positivo no mês se deve a variações mensais, e não a condições estruturais da política fiscal", pondera o texto.

Emenda do teto

O secretário do Tesouro Nacional disse que não será possível para o próximo governo fazer ajuste fiscal sem o teto de gastos ou sem o aumento de impostos. "Não faz sentido economista de candidato dizer que não quer nem aumentar carga tributária e nem gosta do teto", afirmou.

Sobre se os candidatos vão ou não mudar a regra do teto se forem eleitos, Almeida brincou: "queria perguntar isso para todo mundo". "Se alguém não gostar da emenda do teto, o ajuste fiscal será muito mais gradual.Temos que fazer um debate sério, ainda temos buraco fiscal muito grande", acrescentou.

Segundo o secretário, o espaço para crescimento de gastos permitido pelo teto no ano que vem é de cerca de R$ 55 bilhões a R$ 60 bilhões, mas o aumento das despesas obrigatórias previsto no Orçamento deverá ser de R$ 74 bilhões. "O próximo governo terá que cortar despesa discricionária."

Almeida disse ainda que o próximo relatório de receitas e despesas vai incorporar o programa de subsídios criado para bancar a redução do preço do diesel e, com isso, o resultado previsto para o ano deve ficar exatamente na meta, que permite um déficit de R$ 159 bilhões. No último relatório, a previsão de déficit era de R$ 152 bilhões, mas o "espaço" foi ocupado pelos subsídios ao diesel.

Além disso, o próximo relatório, que deve ser divulgado até 22 de julho, também deverá trazer mudanças em parâmetros macroeconômicos, segundo Almeida, entre eles inflação e, eventualmente, o crescimento do PIB.

Apesar disso, o secretário disse que, "por enquanto" se sente muito tranquilo em relação ao cumprimento da meta em 2018. "Nosso balanço de risco do não cumprimento da meta é muito, muito baixo. Temos instrumentos para cumprir com certeza a meta fiscal deste ano."

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