Torre de transmissão de energia elétrica: ideia do governo é ter um sindicato de bancos públicos e privados participando da operação (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 20h32.
Brasília - O governo começou as tratativas com bancos públicos e privados para viabilizar o empréstimo de 8 bilhões de reais ao setor elétrico anunciado semana passada e, entre as instituições já sondadas estão Bradesco, Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, disseram à Reuters fontes do governo e do setor privado.
A ideia do governo é ter um sindicato de bancos públicos e privados participando da operação.
O financiamento será captado pela Câmara de Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e repassado para aliviar o caixa das distribuidoras de energia elétrica.
Segundo um executivo do setor elétrico a par do assunto, o Bradesco, em particular, ainda conhece bem o funcionamento da CCEE, uma vez que hoje centraliza suas liquidações financeiras.
Representantes do Bradesco não comentaram o assunto. O Banco do Brasil disse que não comentaria o tema e a Caixa não tinha uma resposta imediata.
Além das tratativas com os bancos, o governo também está promovendo esforço para ter apoio do mercado ao pacote para o setor elétrico anunciado na semana passada. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, reuniram-se nesta quinta-feira com economistas de diversas instituições financeiras para explicar as medidas.
Os recursos emprestados começariam a ser pagos em 2015. A operação será garantida pelos recebíveis da própria conta de luz dos consumidores, reconhecidos nos processos de reajuste tarifário das respectivas distribuidoras.
Segundo uma fonte do governo, esse vínculo direto com as tarifas dos consumidores daria um caráter mais seguro e atraente para bancos privados, que atualmente buscam formas de ampliar suas carteiras sem exposição a riscos elevados. Outra fonte do governo, que pediu anonimato, ressaltou que o financiamento será remunerado a taxas de mercado, sem subsídios.
Além do empréstimo de 8 bilhões de reais dos bancos, o plano do governo para aliviar o caixa das distribuidoras inclui um aporte de 4 bilhões de reais do Tesouro e um leilão de energia existente (A-0) em abril, para entrega a partir de maio, para cobrir a descontratação de cerca de 3,3 mil megawatts médios que expõe as distribuidoras ao alto preço do mercado de curto prazo.