Economia

Governo avalia prorrogar auxílio em parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300

Benefício seria pago em "escadinha" até ser substituído por Renda Brasil de R$ 250. Custo da extensão do programa seria de R$ 100 bi

Auxílio emergencial: programa tinha previsão de durar três meses (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Auxílio emergencial: programa tinha previsão de durar três meses (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de junho de 2020 às 16h42.

Última atualização em 24 de junho de 2020 às 17h01.

O governo avalia prorrogar o pagamento do auxílio emergencial por mais três parcelas em valores decrescentes, de  500, 400 e 300 reais. A ideia está em estudo pela equipe econômica, que planeja lançar em seguida um novo programa, chamado Renda Brasil.

Hoje, o benefício pago a trabalhadores informais é de 600 reais. Inicialmente, o programa tinha previsão de durar três meses. A gravidade da crise do coronavírus no entanto, fez com que o governo precisasse planejar uma extensão dos pagamentos.

De acordo com um interlocutor do ministro da Economia, Paulo Guedes, a extensão teria um custo de aproximadamente 100 bilhões de reais. Cada pagamento de 600 reais custa aos cofres públicos 51 bilhões de reais. Somadas, as três parcelas em valores decrescentes somariam repasses de 1.200 reais.

O novo Renda Brasil seria no valor de cerca de 250 reais, segundo a fonte. Os detalhes do novo programa ainda estão sendo fechados, mas a ideia é reformular outros benefícios para formar o novo programa.

Desde o início do governo, a equipe econômica tem avaliado programas que considera pouco ineficientes, como o abono salarial, que consome pouco mais de 19 bilhões de reais por ano.

Na avaliação de técnicos, esse dinheiro acaba parando nas mãos de trabalhadores de famílias com renda mais alta, mas em início de carreira. Como têm salários iniciais mais baixos, fazem jus ao benefício.

Ainda não está claro, no entanto, se essa reformulação mais profunda já faria parte da primeira fase do Renda Brasil, já que mudanças em benefícios como o abono exigem a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que costuma ter tramitação mais demorada no Congresso.

Mudança de planos

A prorrogação do auxílio emergencial dependeria de aprovação no Congresso. Inicialmente, a equipe econômica chegou a bater o martelo e decidir pela extensão do benefício por meio de duas parcelas de 300 reais, como revelou ao O Globo uma alta fonte do governo no início de junho.

O plano, no entanto, mudou. Nos últimos dias, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem defendido uma extensão mais abrangente do programa, com a prorrogação por três meses do valor integral do benefício.

A nova proposta seria, portanto, uma mudança de planos do governo, diante de pressões por um plano mais abrangente de auxílio aos vulneráveis.

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