Economia

Governo aguarda que estímulos surtam efeito no PIB

Novas medidas emergenciais ou pacotes com uma série de estímulos estão descartados


	Gleisi Hoffmann: para o governo, o arcabouço de regras macroeconômicas está completo
 (REUTERS/ Nacho Doce)

Gleisi Hoffmann: para o governo, o arcabouço de regras macroeconômicas está completo (REUTERS/ Nacho Doce)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2013 às 09h16.

Brasília e Londres - O fraco desempenho da economia em 2012, oficializado ontem, já era esperado pelo governo federal, que não pretende anunciar novos pacotes para incentivar a atividade. Em resumo, tudo o que poderia ser feito para a economia brasileira superar a crise mundial e crescer a um ritmo forte já foi colocado em prática. Novas medidas emergenciais ou pacotes com uma série de estímulos estão descartados. O governo quer um 2013 "suave".

Como definiu um graduado economista do governo, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) "infelizmente vieram dentro das expectativas". Mas o desempenho do último trimestre - o segundo melhor do governo Dilma Rousseff - deixou o governo aliviado, porque os investimentos voltaram a subir, após um ano e meio de queda. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu pessoalmente essa visão junto a Dilma, em reunião na quinta-feira.

Falando a investidores em Londres, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, reforçou a mensagem de que, para o governo, o arcabouço de regras macroeconômicas está completo. "Tudo o que precisava ser feito, foi feito. Os juros caíram e o câmbio se estabilizou." A economia está, aos poucos, incorporando as novas condições criadas pelo governo nos últimos dois anos, entendem os técnicos. Com taxas de juros mais baixas em todas as linhas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem aumentado o volume de empréstimos.

Além disso, diversos setores já receberam o benefício da desoneração da folha de pagamento. Outros dois grandes empregadores - construção civil e varejo - serão incluídos a partir de abril, conforme medida provisória já aprovada pelo Congresso. Nos bastidores, o governo fala na redução de novos estímulos à economia, após a sucessão de pacotes dos últimos anos. O governo entrou em pânico no início de dezembro, quando o PIB do terceiro trimestre foi divulgado, com um desempenho ainda mais frustrante do que o estimado inclusive pelo mercado. Naquele mês, o governo tirou da gaveta uma série de pacotes.

Desta vez, novas medidas estão descartadas. O governo trabalha com a mesma agenda desde o início do ano, que está dividida em três áreas de atuação, todas já conhecidas: um pacote de estímulo à inovação industrial, que deve ser anunciado neste mês pela presidente Dilma. Como antecipou o Estado, o governo abrirá crédito subsidiado de até R$ 30 bilhões para inovação, além da criar uma empresa pública para auxiliar o diálogo entre universidades e empresários com necessidade de pesquisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Gleisi HoffmannGoverno DilmaIndicadores econômicosMinistério da Casa CivilPIBPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês

Rui Costa diz que pacote de corte de gastos não vai atingir despesas com saúde e educação