Ilan Goldfajn: "redução de repasses do Tesouro para o BNDES é um esforço positivo nessa direção. E isso é relevante, pois permite que a dívida bruta não suba" (Eduardo Monteiro/EXAME)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 17h19.
São Paulo - Embora tenha uma avaliação de que o superávit primário ficará distante da meta neste ano e no próximo, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o governo conseguirá evitar o rebaixamento da nota soberana do País em 2014. "Isso deve ocorrer especialmente por causa da menor expansão parafiscal", destacou. "A redução de repasses do Tesouro para o BNDES é um esforço positivo nessa direção. E isso é relevante, pois permite que a dívida bruta não suba."
Ele estima que a poupança do Orçamento, sem levar em consideração a despesa com juros, deverá atingir 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e ficar em 1,7% do PIB em 2014, quando ocorrerão eleições presidenciais. Goldfajn ressaltou que é um bom sinal a decisão do governo, anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a liberação de recursos federais para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá uma trajetória declinante.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Mantega apontou que o montante deverá atingir R$ 35 bilhões em 2013. Em 2009, o valor chegou a R$ 100 bilhões, baixou para R$ 80 bilhões em 2010, diminuiu para R$ 55 bilhões em 2011 e alcançou R$ 45 bilhões no ano passado. Goldfajn fez os comentários depois de participar de evento da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, nesta terça-feira, 22.