Economia

GNV deve aumentar até R$ 1 nas bombas a partir de janeiro de 2022

Com diferença expressiva de preço para o etanol e gasolina, ainda será mais vantajoso na hora de encher o tanque

Combustíveis: Senado aprovou texto que busca reduzir preços na bomba (Rodrigo Capote/Getty Images)

Combustíveis: Senado aprovou texto que busca reduzir preços na bomba (Rodrigo Capote/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 14 de dezembro de 2021 às 21h12.

A partir de janeiro, abastecer com Gás Natural Veicular (GNV) vai ficar mais caro. Isso porque a Petrobras estipulou aumento de 50% nos contratos de longo prazo, com vigência de quatro anos, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Para o consumidor final, a expectativa é que o aumento seja de no máximo R$ 1 por metro cúbico.

Com diferença expressiva para o etanol e para a gasolina, o GNV ainda será a opção mais vantajosa na hora de encher o tanque.

Para fazer a comparação, o ideal é calcular o preço de cada combustível por quilômetro rodado. Supondo que um carro popular econômico faça 16km por metro cúbico de gás, 12 km por litro de gasolina e 7km por litro de etanol, usando como base os preços vigentes no Estado do Rio de Janeiro e acrescentando R$ 1 ao custo do GNV, o motorista gastaria R$ 0,33 para andar com gás natural, R$ 0,60 para percorrer a mesma distância com gasolina e R$ 0,88 para dirigir usando álcool.

O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Rio de Janeiro (Sindirepa RJ), Celso Mattos, diz que, apesar do valor mais alto, o GNV é vantajoso por oferecer maior autonomia, ser menos poluente e, ainda, conceder desconto no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

— Uma

redução no IPVA superior a 60% é considerável, ainda mais com a alta dos preços dos carros que vimos recentemente — opina Mattos.

O diretor do Comitê Nacional do GNV, Gabriel Kropsch, explica que esse reajuste é relativo ao último trimestre:

— O GNV é calculado com base em uma fórmula que leva em conta os três últimos meses. Antes, a Petrobras usava a alíquota de 12% do preço do barril do petróleo. Agora, quer passar a considerar 16%. Então, são três efeitos diferentes que assistimos. O aumento do preço do petróleo, o aumento da taxa de câmbio e o aumento do percentual.

Esse efeito cascata, no entanto, não atingirá diretamente o consumidor porque a majoração sugerida pela estatal será aplicada a contratos com distribuidoras que, por sua vez, farão reajustes na ponta.

— É muito difícil mensurar o percentual do aumento nos postos, porque depende do volume do contrato ao qual será aplicado o reajuste e em quais regiões isso será feito. A expectativa é que, nas bombas, o aumento seja de R$ 0,60 a R$ 1 por m³ de GNV. Um aumento de 50% para o cliente final é algo impensável — analisa Kropsch.

  • Juros, dólar, inflação, BC, Selic. Entenda todos os termos da economia e como eles afetam o seu bolso. Assine a EXAME 
Acompanhe tudo sobre:GásGás e combustíveisPetrobras

Mais de Economia

Escala 6x1: favorito para presidência da Câmara defende 'ouvir os dois lados'

Alckmin diz que fim da jornada de trabalho 6x1 não é discutida no governo, mas é tendência mundial

Dia dos Solteiros ultrapassa R$ 1 trilhão em vendas na China

No BNDES, mais captação de recursos de China e Europa — e menos insegurança quanto à volta de Trump