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'Gestão orçamentária vai ser desafiadora até o final', diz Haddad

O ministro afirmou que o governo "não terá um momento de respiro", pois haverá trabalho até o final da gestão

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Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 06h17.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 06h20.

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Em meio à pressão por novas medidas de contenção de gastos e um impasse entre Poderes sobre a destinação de emendas parlamentares, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira, 5, que a gestão orçamentária "será desafiadora" até o fim da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante entrevista a Miriam Leitão, na GloboNews, ele afirmou que o Orçamento de 2025 não deixou de ser votados por questões técnicas. No Congresso, a definição sobre as emendas tem atrapalhado as negociações.

Haddad ressaltou que há "muito o que fazer".

"Se tudo der certo este ano penso que vamos ter entregue um conjunto de 30, 40 medidas que eu considero que vai me honrar. Mas, apesar disso, penso que a gestão orçamentária vai ser desafiadora até o final, ela não vai dar trégua para nós, não vamos ter um momento de respiro, porque temos trabalho a fazer", disse o ministro.

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Haddad também afirmou que se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), para discutir prioridades econômicas do governo e pediu que ele evite “pauta-bomba” e distorções no Congresso que possam comprometer o equilíbrio fiscal.

O encontro com Motta ocorreu nesta quarta-feira, o ministro realizou a entrega de uma lista com 25 projetos prioritários para a economia, incluindo medidas para o ajuste das contas públicas.

"Eu fui discutir com o presidente Hugo Motta hoje, 15 outras medidas, 8 das quais estão em tramitação, parte na Câmara, parte no Senado. É uma construção. (...) Evitando pauta-bomba, evitando distorções, atacando ineficiências e se fizermos isso, não estamos longe de conseguir a estabilidade brasileira em termos fiscais", disse o ministro.

Entre os projetos apresentados, está a limitação dos supersalários, tema já aprovado na Câmara e que aguarda análise do Senado. Haddad sinalizou que negocia alterações com senadores para resgatar pontos desidratados. Segundo ele, há possibilidade dos deputados reconsiderarem a posição na primeira fase da tramitação.

"Hoje, foi objeto de conversa com o Hugo Motta e estabelecemos um entendimento de que se o projeto, que já foi votado na Câmara, está no Senado, volta com ingredientes novos de segurança para corrigir esta distorção, a Câmara está disposta a reconsiderar. A bola está com o Senado", disse o ministro.

O governo pretendia reforçar essa pauta com um novo projeto em 2025. Mas o ministro não citou essa segunda frente de atuação.

Haddad destacou que a estabilidade fiscal deve ser uma agenda prolongada para o país, e não apenas para o atual governo. Na próxima terça-feira (11), o ministro se reunirá com senadores para dar continuidade às discussões.

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O ministro da Fazenda informou que o projeto para a correção da tabela do Imposto de Renda, beneficiando quem ganha até R$ 5 mil, já está pronto e aguarda a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais cedo, Haddad disse que a proposta será encaminhada ao Congresso nas próximas semanas e seguirá um processo de tramitação cuidadoso para garantir transparência e justiça fiscal.

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