Economia

Gerdau: Brasil é inimigo de cadeias produtivas longas

Jorge Gerdau Johannpeter destacou que a competitividade das empresas brasileiras é afetada por educação, a logística e a carga tributária

Jorge Gerdau citou o índice Big Mac em suas críticas à política monetária dos EUA (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Jorge Gerdau citou o índice Big Mac em suas críticas à política monetária dos EUA (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2012 às 20h06.

São Paulo - O presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou nesta sexta-feira (14) que o Brasil é um País que não estimula a existência de longas cadeias produtivas. Citando como desafios a educação, a logística e a carga tributária, ele destacou que a competitividade das empresas brasileiras é afetada pelo fraco desempenho do Brasil nessas três áreas, situação que apenas se multiplica em maiores cadeias.

"Hoje temos três setores básicos a serem atacados, os quais representam de 50% a 60% da não competitividade brasileira", destacou o executivo, durante apresentação no 4º Exame Fórum, realizado em São Paulo nesta sexta-feira. O efeito tributário dentro das empresas, segundo Gerdau, está não apenas nos encargos diretos, mas também no que chamou de "impostos escondidos". Esses impostos se refletem principalmente na cobrança de impostos sobre impostos, ou seja, na carga tributária em cascata.

Integrante de um grupo de gestão, desempenho e competitividade que atua em consonância com o governo federal, Gerdau revelou a decisão de contratar duas consultorias que terão o objetivo de identificar a dimensão desses impostos escondidos para a Gerdau. "O spread bancário, no capital de giro, começa lá no fabricante de botina. Falamos de um custo em toda a cadeia. Falamos em imposto escondido", afirmou Gerdau, lembrando a presença do imposto sobre operações financeiras (IOF) em cada operação de capital de giro. "Só tem dois trouxas que tomam dinheiro no Brasil, o pobre que não tem e o empresário que toma para empresa", ironizou Gerdau.


Para Gerdau, essas questões representam uma lição de casa a ser feita pelo País. Apenas quando essas questões forem equacionadas o Brasil poderá estabelecer quais setores são de fato competitivos. "O que tem de imposto escondido do carro são 15% a 20%. O ICMS chega a 20%, a folha de pagamento em 30%, ou mais e pode chegar a 42% com a tributação escondida na cadeia", exemplificou.

Situação semelhante acontece no caso da educação, onde as empresas são afetadas indiretamente pela baixa produtividade de funcionários pouco qualificados em diferentes áreas, e na logística. Nesse caso, lembra Gerdau, cada etapa de uma cadeia produtiva representa um novo custo logístico. "Somos inimigos das cadeias longas", destacou.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, também presente ao evento, destacou que é "aliado" de Gerdau, a quem chamou de "paladino da boa tributação". Apesar disso, Pimentel destacou que o Brasil ainda precisa "avançar muito" para alcançar um cenário desejado por Gerdau.

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