Economia

George Soros diz que UE pode não sobreviver à crise do coronavírus

O bilionário acredita a emissão de títulos perpétuos pode ajudar os países mais fracos do bloco durante crise do coronavírus

George Soros: danos à economia da UE devem durar "mais do que a maioria das pessoas pensa" (Lisi Niesner/Reuters)

George Soros: danos à economia da UE devem durar "mais do que a maioria das pessoas pensa" (Lisi Niesner/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2020 às 12h17.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 12h19.

O bilionário George Soros disse que a União Europeia pode se separar após a nova pandemia de coronavírus, a menos que o bloco emita títulos perpétuos para ajudar membros fracos como a Itália.

O novo coronavírus, que surgiu na China no ano passado, paralisou parte da economia global, enquanto os governos aumentaram os empréstimos para níveis nunca vistos em tempos de paz.

Soros, de 89 anos, disse que os danos à economia da zona do euro decorrentes do novo coronavírus durariam "mais do que a maioria das pessoas pensa", acrescentando que a rápida evolução do vírus significava que seria difícil desenvolver uma vacina confiável.

O veterano dos fundos de hedge e presidente da Soros Fund Management disse que os títulos perpétuos, usados pelos britânicos para financiar guerras contra Napoleão, permitiriam que a União Europeia - criada das cinzas da Segunda Guerra Mundial - sobrevivesse.

"Se a UE não puder considerar isso agora, talvez não consiga sobreviver aos desafios que enfrenta atualmente", disse Soros em uma transcrição de uma sessão de perguntas e respostas enviada por email a repórteres.

"Esta não é uma possibilidade teórica; pode ser a realidade trágica".

Ele disse que a UE teria que manter seu rating de crédito 'AAA' para emitir essa dívida - e, portanto, ter poderes de aumentar os impostos para cobrir o custo dos títulos.

"Existe uma solução", disse Soros. "Os impostos só precisam ser autorizados; eles não precisam ser implementados."

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