Economia

Geada pode ter efeito em inflação, diz presidente do BC

Roberto Campos Neto ainda criticou a possível criação de um “imposto de carbono”

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Patricia Monteiro/Getty Images)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Patricia Monteiro/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de maio de 2022 às 14h10.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que choques climáticos trazem efeitos negativos sobre a produtividade e a atividade econômica e que possíveis geadas à frente podem impactar a inflação no curto prazo. Ele ainda criticou a possível criação de um “imposto de carbono”.

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Durante participação no Congresso Mercado Global de Carbono - Descarbonização e Investimentos Verdes, promovido pelo Banco do Brasil e a Petrobras, Campos Neto disse que as discussões sobre meio ambiente e sustentabilidade têm ligação com a política monetária.

"Estava fazendo uma reunião de inflação e estava falando da geada que vem por aí, qual é o impacto que isso pode ter em alimentos e na inflação de curto prazo", disse.

No evento, o presidente do BC criticou um imposto sobre emissões de carbono. Na avaliação dele, muitos governos estão adotando medidas isoladas nessa área, sem muita coordenação.

"Escuto muito falar em um imposto de carbono, em alguns casos parece justificável, mas a gente acredita que o preço de marcado é sempre o melhor alocador de recursos na economia — disse.

Campos Neto destacou que a atual crise pela qual passa o mundo gerou um aprendizado diferente se comparado com a recessão econômica de 2008. Ele afirmou que a sustentabilidade, hoje, é associada à produtividade.

O presidente do BC destacou ainda que a transição para a economia verde não está mais restrita apenas a um tema de energia, como no passado, mas de fluxo de investimentos pelo mundo.

"Estamos vendo um rearranjo das grandes cadeias globais de valor. É uma oportunidade única para o Brasil", disse.

(Agência O Globo)

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