Rio de Janeiro: estado tem "tradição" de ter muitos funcionários públicos (./Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de abril de 2017 às 11h39.
Rio - A queda da receita pública líquida do Rio em dois anos foi de R$ 27,5 bilhões em 2016 na comparação com 2014 (valores corrigidos pelo IPCA), valor do tamanho do orçamento anual do Bolsa Família.
Já as despesas com a Previdência chegaram a R$ 14 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 5,8 bilhões de 2006, em valores da época.
O quadro é vistos em outros Estados, mas aposentadorias e pensões mais caras e dependência dos royalties agravam a crise fluminense.
"O caso do Rio só chegou antes", disse Fábio Klein, da consultoria Tendências. No lado das despesas, ele destacou que uma população mais envelhecida do que a média do País pesa na Previdência.
Além disso, o Rio tem "tradição" de ter muitos funcionários públicos, talvez por ter sido capital federal e manter certa sobreposição de órgãos. São 463.258 servidores e pensionistas. Menos da metade (215 mil) são ativos.
Sem correção, o recuo da arrecadação com tributos e royalties de petróleo no Rio foi de 23% - quase um quarto em dois anos. O processo é ligado à maior recessão da história do País.
"O principal tributo brasileiro é estadual, o ICMS, que é muito sensível aos ciclos da economia", disse Klein.
O ICMS incide sobre a comercialização de bens e a prestação de serviços. Na recessão, as vendas despencam e as empresas pagam menos pelo imposto.
O fenômeno atinge todos os Estados, mas governos com contas mais organizadas e em regiões mais diversificadas economicamente, como São Paulo, resistem melhor, afirmou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.